Como se tornou praxe nos Jogos Pan-americanos, já houve a primeira deserção de um atleta cubano. O jogador de handebol Rafael Capote deixou sua seleção na última quinta-feira, quatro dias antes do começo da competição e se dirigiu a São Caetano do Sul (SP), onde foi se abrigar na casa do amigo Michel Oviedo, que abandonou a ilha de Fidel Castro para jogar em terras brasileiras.
Localizado pelo repórter Andrei Kampff na cidade do ABC paulista, Capote disse poucas palavras, revelando que a decisão de deixar Cuba para jogar no Brasil foi tomada por razões profissionais. “Aqui existem mais possibilidade de jogar do que em Cuba”, disse o jogador, que ainda precisa fazer a solicitação de asilo político para poder trabalhar no país de maneira lícita.
Sem Capote, a seleção cubana de handebol esteve em quadra na noite desta segunda-feira e derrotou o Chile por 40 a 18. Após a partida, jogadores e comissão técnica criticaram a atitude de seu ex-companheiro. Segundo Fonseca, um dos jogadores de Cuba, a atitude de seu colega não se justifica. O atleta diz que joga para se divertir e representar seu país e que jamais se deixaria levar pelo dinheiro, como Rafael fez.
O técnico do time não deu maiores detalhes sobre o caso, limitando-se apenas a dizer que a notícia lhe chegou através de um comunicado muito curto e objetivo. Para o treinador, a única palavra que encontra para definir a atitude de Capote é “traição”. Mas apesar da saída de seu ex-camisa nove, o comandante cubano diz que isto foi benéfico para a equipe, que agora está mais unida na luta para conquistar a medalha de ouro.
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