Elisa Costa
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No último dia 9, a advogada Tatiana Matsunaga, 40, atropelada no Lago Sul no final do mês passado, abriu os olhos pela primeira vez depois do incidente, mas continua em estado grave de saúde há 17 dias. Ela foi atingida pelo advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, 37, na QI 19 do Lago Sul em Brasília (DF), no dia 25 de agosto.
“Ela ainda não interage. Então agora depende do tempo dela para isso acontecer, é o que os médicos dizem. Estamos na torcida pra que ela interaja melhor. Ela até mexe com os braços, mas não entendemos o que quer dizer”, comentou o pai da vítima, Luiz Sérgio Machado sobre o estado atual da vítima. A rotina do pai Luiz e da mãe Celeste tem sido no Hospital, ao lado da filha: “Estamos dormindo por lá, voltamos para casa só para comer e tomar um banho e logo depois retornamos”.
Tatiana continua internada no Hospital Brasília, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A advogada sofreu traumatismo craniano, fraturas na bacia e fratura exposta no tornozelo. Ela já passou por uma cirurgia para retirada de um coágulo de sangue na cabeça na semana do acidente e realizou uma cirurgia de traqueostomia no dia 2 de setembro. De acordo com a família, Tatiana também deve passar por uma gastrostomia em breve, para receber alimento diretamente no estômago.
De acordo com Luiz Sérgio, ela ainda respira com a ajuda das máquinas e a família segue indignada com a situação: “Enquanto ela está na UTI, à base de medicação, o Paulo está detido em uma cela especial. Nós sabemos que a defesa vai protelar em se apresentar contra a acusação para tomar tempo, enquanto por aqui, a família sofre. Está todo mundo cansado e cabisbaixo”.
Crime
O atropelamento ocorreu depois de Paulo e Tatiana terem discutido no trânsito. Paulo Ricardo afirmou em depoimento que se sentiu ameaçado pois achou que Tatiana e o marido possuíam alguma arma, mas que o ato não foi intencional. As gravações das câmeras de segurança da casa da vítima registraram a ação, onde é possível ver Paulo deixando o local de carro e o marido de Tatiana indo socorrê-la.
A família da advogada acredita que o acidente foi proposital, já que ela foi perseguida por alguns quilômetros até ser atingida na frente da própria casa. Paulo foi autuado pela 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul, está preso e responde por tentativa de homicídio qualificado, acumulado com motivo fútil. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu o registro profissional de Paulo por 90 dias.
A defesa do acusado já entrou com quatro pedidos de habeas corpus – todos negados.