Jovens, mulheres, trabalhadores informais e pequenos empreendedores em situação de vulnerabilidade podem se inscrever em novas vagas do “Recircule: Laboratório de Design Circular e Reciclagem Criativa” pelo perfil do projeto no Instagram: @nosetor. O programa, realizado no Setor Comercial Sul, oferece oficinas de marcenaria prática, nas quais resíduos são transformados em móveis e objetos funcionais, ao mesmo tempo que abre oportunidades de geração de renda.
Com investimento de R$ 600 mil do Governo do Distrito Federal (GDF), o Recircule oferece formação técnica de 80 horas, abrangendo todas as etapas do processo: desde a escolha dos materiais até o uso de ferramentas e técnicas de acabamento em madeira reaproveitada.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes, o projeto demonstra o potencial da união entre inovação e impacto social.
— Ao apoiar essa iniciativa, a Sedet reforça o compromisso do GDF em fomentar ideias que transformam comunidades, promovem a economia criativa e apontam novos caminhos para o desenvolvimento sustentável de Brasília — afirmou.
Segundo a coordenadora pedagógica do Recircule, Tamara Gonçalves, a oficina alia formação técnica e impacto comunitário.
— Trabalhamos com materiais descartados que podem ser transformados em mobiliários e artesanatos. Além da habilidade prática, o curso estimula o empreendedorismo e a construção de redes voltadas à sustentabilidade e à circularidade — explicou.
Ela reforça que o curso não se limita à marcenaria, mas também estimula a consciência ambiental.
— Os participantes aprendem desde a seleção dos resíduos até o acabamento das peças, compreendendo toda a cadeia produtiva — destacou.
Atualmente, o projeto reúne 44 participantes, mais que o dobro da capacidade inicial, e a meta é atingir pelo menos 100 pessoas até maio de 2026. O terceiro módulo, previsto para outubro, incluirá catadores da Estrutural e será voltado ao reaproveitamento de plásticos, com tecnologia capaz de produzir madeira plástica e insumos para impressão 3D.
O instrutor de marcenaria, artesão Maurício Villa, destaca a oportunidade de multiplicar conhecimentos:
— Aqui conseguimos ensinar práticas seguras e criativas para transformar materiais em objetos úteis. O mais importante é oferecer autonomia para que cada participante possa gerar renda e desenvolver seus próprios projetos — afirmou.
Alunos relatam que a experiência amplia tanto a prática profissional quanto a vivência comunitária. A professora de escalada e dançarina Priscila Carneiro ressalta o caráter social da iniciativa:
— Além da qualificação, o curso aproxima a gente da comunidade. Muitas vezes consertamos objetos de pessoas em situação de rua e aprendemos a dar novo valor ao que seria descartado — disse.
O estudante Iago Guimarães Rocha reforça o impacto pedagógico e social:
— O curso oferece aprendizado técnico seguro e, ao mesmo tempo, traz uma reflexão sobre os resíduos e as pessoas “invisíveis” da cidade, que muitas vezes são ignoradas pela sociedade — avaliou.
Com informações da Agência Brasília