A Expovitis Brasil 2024 – Feira Nacional de Viticultura, Enologia e Enoturismo / 3º Festival Anprovin de Vinhos de Inverno atraiu, de sexta-feira a domingo (19 a 21 de julho), no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, um público diversificado, entre produtores, expositores e visitantes apaixonados por vinhos. O evento reuniu toda a cadeia brasileira produtora de vinhos, ao todo 73 vinícolas participaram da feira. O público presente, nos três dias, foi de cerca de nove mil pessoas.
A feira cumpriu o seu papel, e expôs, durante os três dias, a diversidade e qualidade dos vinhos brasileiros, além da força da agricultura familiar, excelência da produção, gastronomia e do enoturismo. O evento contou com degustação dos melhores vinhos do Brasil, de vinícolas como a Garibaldi, Nova Aliança, Aurora, Villa Triacca, Vinícola Brasília, Casa Vitor e entre outras. Para quem queria ir além da degustação, ocorreram palestras voltadas para o ramo, focadas em tecnologias, perspectivas, tendências, oportunidades e desafios de mercado.

Para o produtor rural e idealizador do Expovitis, Ronaldo Triacca, o evento superou todas as expectativas: “O resultado dessa feira está acima da expectativa, são 73 vinícolas, mas são mais de 100 expositores. A proposta desse evento é promover toda a cadeia vitivinícola. Nós tivemos expositores também de equipamentos, máquinas e insumos. Tanto a resposta do expositor como a do público foi positiva, os expositores até já falam em voltar ano que vem. Então o resultado é acima do esperado e estamos muito satisfeitos e felizes”.
Triacca falou ainda que o evento veio para ficar, e uma segunda edição já está nos planos: Estou com um sentimento de dever cumprido com essa edição, o meu negócio não é ganhar dinheiro com essa feira, e sim promover o vinho nacional. A ideia sempre foi fortalecer o vinho brasileiro. Agora, vamos trabalhar para uma segunda edição ainda maior que essa. A ideia é não ser itinerante, até porque estamos no centro do poder das decisões políticas e representações diplomáticas. Queremos que Brasília seja realmente a grande representante do vinho brasileiro via a Expovitis, tanto para o mercado interno, como para o externo”.
Em relação ao faturamento da feira, Triacca explicou que ainda vão analisar os números com calma, mas acredita que foi positivo para todos os expositores: “O faturamento é muito positivo. Alguns companheiros produtores de vinho comentaram que no segundo dia da feira, no sábado, o estoque que trouxeram praticamente acabou. O público adquiriu bastante vinho, e os negócios também foram acima da expectativa. Tudo isso faz com que fortaleça a Expovitis Brasil para 2025. Além dessa questão, tivemos o investimento nos novos negócios, tivemos aqui uma grade de conhecimento muito rica, tanto para o consumidor, como para quem quer diversificar e entrar no mundo do vinho”.
Ao Jornal de Brasília, a representante da Garibaldi e Adega Almeida, Alessandra Mendonça, comentou que o maior valor da feira não foi o financeiro: “Foi fantástico participar da Expovitis, um evento que reuniu vinícolas de regiões próxima de Brasília, do Goiás, e de várias partes do Brasil, como do Sul. Além de intercomunicar todos os produtores e de trocar experiências, nós tivemos a participação de pessoas de todo o DF, inclusive de outras regiões. Foi muito importante para divulgar o nosso trabalho e o vinho brasileiro de uma forma conectada. Nós tivemos um faturamento legal, mas o maior valor aqui não é econômico, o maior valor é mesmo essa troca de experiência e poder proporcionar que as pessoas conheçam o que as vinícolas têm para oferecer”.

Para Artur Farias, diretor comercial da Vinícola Brasília, foi gratificante participar da feira, e o espaço é importante para consolidar ainda mais o vinho do DF: “Para nós, a feira tem sido absurdamente importante porque a Vinícola Brasília inaugurou a não mais que dez semanas. É a primeira feira que nós participamos depois da nossa inauguração e ao lado de casa. Para nós é uma honra representar as vinícolas do cerrado brasileiro e do Planalto Central em uma festa nacional. A Vinícola Brasília é composta por dez sócios, ou seja, dez produtores de uvas do DF. O vinho do Planalto Central é um vinho a ser descoberto e vemos as pessoas vindo na feira muito curiosas em provar o vinho do DF e descobrindo porque ele está se consolidando a cada dia. As pessoas estão saindo do nosso estande, e dos outros ao redor, muito contentes”.

A contadora Marília Borges, 30 anos, soube da feira por amigos, e por ser apaixonada por vinho decidiu prestigiar o último dia de evento, no domingo (21): “Eu vim conhecer os expositores porque nós amamos vinho, eu e meu marido tomamos vinho quase todas as noites. Meu marido também é da área da gastronomia e os amigos convidaram e decidimos conhecer a exposição. Eu achei o evento super legal e organizado. Eu não tinha ideia de como era um evento assim, mas desde a entrada até as exposições gostei de tudo, inclusive do atendimento dos expositores e de experimentar vinhos que não conhecíamos”.
O advogado Arlei Trindade, 49 anos, chegou cedo com a esposa, e não deixou de degustar da maioria dos vinhos: “Nós sempre fazemos esse turismo de vinho, nós já fomos para o Chile e Argentina inclusive conhecer vinhos de lá. Nós começamos essa brincadeira de conhecer novos vinhos em Gramado e Canela. Ter uma feira dessa em Brasília, perto de casa, é melhor ainda. Nós compramos uma garrafa de vinho produzido no DF que nunca tínhamos tomado, então é bom para trazer nosso olhar para o que produzimos. Eu não sou um especialista de vinho, mas é algo que nos atrai muito”.

O encerramento da Expovitis foi marcado também pela entrega de premiações da Brazil Wine Challenge 2024 para 27 vinícolas que participaram da feira, dentre elas estão a Vinícola Brasília e Uvva. Sendo um concurso internacional, é promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE). “O resultado da Brazil Wine Challenge 2024 saiu na última sexta-feira (19), e as vinícolas que enviaram amostras, foram contempladas e estão expondo na Expovitis nós fizemos essa entrega simbólica. Esse é um concurso internacional, e está na 12ª edição. Este ano, 14 países diferentes participaram, com mais de mil amostras de vinho, sendo a maior edição até então. Os vinhos são julgados às cegas, os jurados não ficam sabendo de quem é o vinho, e são levadas em conta a parte visual, aromática e do paladar”, explicou o diretor da ABE, Vagner Marchi.
Para Marcelo Petroli, enólogo da vinícola Uvva, uma das premiadas no Brazil Wine Challenge 2024 e expositora da Expovitis, a premiação reforça a qualidade do vinho deles: “Nós tivemos três vinhos premiados com medalha de ouro no Brazil Wine Challenge 2024, um evento de avaliação de vinhos com a chancela da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Para nós acaba sendo uma premiação que vem certificar o nosso trabalho, mostrando que estamos no caminho certo”.