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Brasília

Com apoio da FAPDF, pesquisadora destaca avanços em bioinsumos no DF

Com apoio da Fundação, a trajetória da pesquisadora Rose Monnerat exemplifica como o fomento público transforma ciência em inovação sustentável

Redação Jornal de Brasília

15/10/2025 17h18

Foto: Divulgação/FAPDF

Foto: Divulgação/FAPDF

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) tem desempenhado papel fundamental na consolidação do DF como referência nacional em ciência, tecnologia e inovação. Um exemplo desse impacto é a trajetória da bióloga e pesquisadora Rose Monnerat, que há 35 anos se dedica à pesquisa científica e se tornou um dos principais nomes do país na área de bioinsumos.

Doutora em Agronomia e pós-doutora em Bioquímica e Biologia Molecular, Rose representa uma geração de cientistas que transformou conhecimento em soluções sustentáveis para a agricultura e o meio ambiente. “A FAPDF tem papel essencial nesse processo. Ela financia pesquisas há muitos anos e, com a estrutura atual, criou mecanismos muito eficientes para aproximar a ciência da sociedade”, destacou.

Ao longo da carreira, a pesquisadora participou da criação de coleções microbianas pioneiras e do desenvolvimento de produtos biológicos inovadores, com foco em transformar a ciência em ferramenta de impacto social e ambiental.

Da curiosidade à liderança em bioinsumos
Na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Rose iniciou estudos sobre bactérias capazes de controlar insetos vetores de doenças, como as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Posteriormente, ampliou suas pesquisas para microrganismos que combatem doenças de plantas e estimulam seu crescimento.

Entre suas principais contribuições está o desenvolvimento de formulações baseadas na bactéria Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti), usada no controle biológico de mosquitos. “Quando você usa um produto químico para matar uma praga, muitas vezes elimina também os inimigos naturais. O controle biológico tem como principal vantagem a especificidade”, explicou.

Apesar dos desafios para ampliar o uso dessas tecnologias no Brasil — como barreiras regulatórias e custos —, Rose acredita que o cenário é promissor, com produtores e instituições cada vez mais conscientes da importância de soluções sustentáveis.

Coleções microbianas: patrimônio nacional
Rose também foi responsável pela criação e curadoria de uma das maiores coleções de microrganismos do país, com cerca de 3 mil amostras coletadas em diversos biomas desde o fim dos anos 1980. Esse acervo deu origem a mais de 30 bioinsumos já disponíveis no mercado e serviu de base para a certificação ISO/IEC 17025, conquistada pelo laboratório coordenado por ela na Embrapa.

“Foi uma grande honra receber o Prêmio Johanna Döbereiner”, afirmou a pesquisadora, ao relembrar o reconhecimento concedido a curadores de coleções microbianas. “Essas coleções podem dar origem a milhares de produtos que contribuem para uma agricultura mais equilibrada e sustentável.”

Rose também destacou a importância do cuidado ético e logístico no armazenamento do material genético: cada amostra é duplicada e guardada em locais distintos para garantir sua segurança. “É um patrimônio nacional que precisa ser protegido”, enfatizou.

Distrito Federal como polo de bioinsumos
A pesquisadora acompanhou de perto o fortalecimento do ecossistema científico do DF, impulsionado pela FAPDF, que tem investido em áreas estratégicas como biotecnologia, sustentabilidade e bioinsumos. “O trabalho da FAPDF tem sido determinante para que o Distrito Federal se destaque em inovação. É graças a esse fomento que conseguimos desenvolver tecnologias que nascem nos laboratórios e ganham o campo”, afirmou.

Para o diretor-presidente da Fundação, Leonardo Reisman, trajetórias como a de Rose Monnerat ilustram o impacto social do investimento público. “O conhecimento científico só cumpre seu papel quando chega à sociedade. Casos como o da professora Rose mostram que o apoio da FAPDF gera resultados concretos, fortalece a inovação e valoriza o talento dos pesquisadores do Distrito Federal.”

Rose também destacou o fortalecimento do Programa Nacional de Bioinsumos, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), e o protagonismo do Brasil nesse setor. “Vejo com muito otimismo esse movimento. A legislação está avançando, a demanda cresce e o Brasil já ocupa posição de liderança mundial. O DF tem tudo para ser uma referência, com ciência, produtores e instituições comprometidas com a sustentabilidade”, avaliou.

Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal

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