“Não se formam atletas em um ano”. A frase do presidente do Clube Pinheiros, Antônio de Alcântara Machado Rudge, ex-secretário municipal de Esporte, é o espelho dos Jogos Pan-americanos de 2007.
A pouco mais de dois meses do início do evento no Rio, mais de 170 atletas já têm vaga nominal assegurada. Festejadas e agora com apoio das Confederações e Comitê Olímpico Brasileiro (COB), as estrelas e promessas do Pan são crias de clubes que mesmo fora do período de grandes competições não deixam de apoiar o esporte de formação: celeiro dos heróis competitivos.
Provas disso não faltam. Gustavo Borges é um caso clássico. Durante 11 anos, o nadador foi atleta do próprio Pinheiros. O estouro chegou em 1991 no Pan de Havana, em uma carreira encerrada com quatro medalhas olímpicas, uma mundial e 19 pan-americanas, fora os recordes.
“Este é um trabalho perene”, continua o dirigente. “Você tem de investir pelo menos dez anos em um atleta antes que ele chegue na ponta. Ele precisa viver para o esporte , 10-12 horas por dia, e não é só dar bola e técnico, porque muitos não têm família aqui”, concluiu.