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Brasília

Clima do DF é propício para a produção de mel

Temporadas de baixa umidade na capital fazem com que o mel saia das colmeias praticamente pronto para ser vendido

Redação Jornal de Brasília

30/09/2025 18h57

Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

Por Vítor Ventura

A produção de mel segue a todo vapor em Brasília. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), no ano passado foram produzidas cerca de 24 toneladas de mel. A produção gerou aproximadamente R$ 1,4 milhões para os 324 apicultores do DF, de acordo com o relatório do Valor Bruto da Produção Agropecuária do DF (VBP) produzido pela Emater. Um dos fatores que contribui para isso é o clima propício para a produção de mel que o DF oferece.

Existem duas maneiras de criação de abelhas para produção de mel: a apicultura e a meliponicultura. Na primeira, são criadas abelhas com ferrão, do gênero Apis. Já na segunda, são criadas espécies nativas e sem ferrão, do grupo dos meliponíneos. No DF, segundo a Emater, a apicultura foi a atividade pela qual mais se produziu mel em 2024. 

De acordo com o presidente da Cooperativa de Negócios Agropecuários do Distrito Federal e do Entorno (Coopemel), Sérgio Farias, a produção de mel é algo que deve ser incentivado pelo excelente clima que a capital oferece. A Coopemel atua desde 2024 para profissionalizar e desenvolver a cadeia produtiva de mel.

“O nosso clima é especial porque quanto menor a umidade, melhor para o mel. Aqui em Brasília e no Centro-Oeste, onde a umidade é muito baixa, o mel já vem da colmeia praticamente pronto para ser comercializado. É ideal para a produção”, destacou Sérgio.

O presidente da Coopemel explicou que no DF a criação de abelhas para a produção de mel é feita principalmente com os apiários, que é o local onde as colmeias são instaladas para a criação. Ele relatou que após a pandemia houve uma retomada mais significativa na produção. “Há muitas pessoas interessadas na produção de mel já que é uma cadeia que tem a sustentabilidade como mote maior”, afirmou Sérgio.

Conforme destacou o presidente da Coopemel, há atualmente no DF uma renovação muito grande no que diz respeito à apicultura e à meliponicultura. Segundo ele, isso é algo necessário pela demanda por mel que há em Brasília. “O consumo de mel aqui no DF, por causa do grande poder aquisitivo, é muito alto. Então, aqui nós recebemos muito mel do Piauí, de Minas Gerais e de Goiás. Porém agora com a fundação da nossa cooperativa nós vamos incentivar e aumentar a nossa produção no DF”, avaliou Sérgio.

Ele também projetou a evolução da produção de mel no DF nos próximos anos. “As pessoas aqui consomem muitos produtos naturais, principalmente o mel. Então, eu creio que nos próximos anos vai ter um grande avanço da nossa apicultura e da meliponicultura. acho que os próximos anos será muito promissor para nós. A Secretaria de Agricultura e a Emater estão dando um apoio muito grande para nossa cadeia de produção. Quando há esse apoio, a tendência realmente é crescer cada vez mais”, concluiu.

O trabalho dos apicultores

Bruno Uchoa, apicultor e meliponicultor da fazenda Terra Boa Abelhas, em Sobradinho, explicou ao Jornal de Brasília que a produção de mel tem uma particularidade. “Ela é diferente um pouco das outras atividades, porque a abelha é um bicho que produz o próprio alimento e cuida da própria casa. Então, o papel do criador de abelhas é ser um facilitador para que as abelhas façam o que sabem fazer de melhor, que é trabalhar. O que o criador faz é tirar do caminho das abelhas tudo que dificulte a produção”, apontou Bruno.

“A criação de abelhas é um ramo bastante diferenciado dentro do agro, porque se você fala de qualquer outro sistema produtivo, é preciso um investimento mínimo para começar a ter algum retorno, para ter uma viabilidade financeira. A criação de abelhas não. A partir da primeira colmeia, fazendo o trabalho corretamente, você já consegue pagar o seu investimento”, explicou Bruno.

Ele também destacou que não é necessário ter uma escala grande para ter produtividade na criação de abelhas. O ideal é começar aos poucos. “Eu mesmo comecei dessa forma, com um investimento bem baixo, poucas colmeias, e fui aumentando”, relatou Bruno.

Para o apicultor, o mel é um produto que se bem produzido, pode trazer muitos benefícios para o criador de abelhas. “Com uma fonte direta com o produtor, é muito fácil fidelizar os clientes. É um produto que não tem muitas dificuldades para comercializar. A gente consegue agregar valor por estar em um local onde existe um público exigente em qualidade e que está disposto a pagar um pouco mais para ter certeza do que tá consumindo”, avaliou.

Bruno também destacou o impacto positivo que a criação de abelhas traz. “Elas são as polinizadoras exclusivas de 40% dos vegetais que a gente come. Por serem muito eficientes no trabalho, alguns estudos indicam que as abelhas são responsáveis pela polinização de cerca de 70% a 90% dos vegetais que a gente usa no nosso dia a dia”, ressaltou.

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