Por Larissa Barros
Com as chuvas de fim de ano, o Distrito Federal intensificou a luta contra o Aedes aegypti, que continua sendo uma ameaça com a transmissão de dengue, zika e chikungunya. Para ampliar o combate, o governo aposta em novas ferramentas de controle, como a soltura de mosquitos com Wolbachia, o uso de inseticidas mais eficientes e equipamentos que ajudam a eliminar focos do vetor.
Segundo a Secretaria de Saúde (SES-DF) do Distrito Federal, a estratégia com a Wolbachia já está em implantação em 10 regiões administrativas, como parte dos esforços para reduzir a circulação de arboviroses no DF. Essa tecnologia é um conjunto amplo de ações complementares que fortalecem o enfrentamento ao mosquito, especialmente neste período mais crítico do ano.
Uma dessas ações é o monitoramento da infestação do Aedes aegypti por meio das armadilhas ovitrampas, utilizadas em 21 regiões administrativas para mapear áreas de risco. Entre 2024 e 2025, mais de 3 milhões de ovos já foram retirados do ambiente com a ajuda desse sistema de vigilância. O trabalho também envolve o acompanhamento de mais de 4 mil Estações Disseminadoras de Larvicida instaladas em regiões como Sol Nascente/Pôr do Sol, Águas Quentes, Recanto das Emas e Candangolândia. Esses dispositivos permitem que o próprio mosquito leve o larvicida a criadouros de difícil acesso, atuando diretamente no controle da espécie.
Para reduzir a presença de mosquitos adultos, a Secretaria intensificou ainda a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) em locais de grande circulação de pessoas, como escolas, estações de metrô, rodoviárias e igrejas. Drones também estão sendo utilizados para mapear áreas extensas e alcançar pontos onde há suspeita de focos inacessíveis por terra.
A contratação de 500 novos profissionais ampliou as vistorias domiciliares, eliminação de criadouros, aplicação de larvicidas e ações de bloqueio em áreas com casos confirmados. As campanhas educativas continuam mobilizando a população.
O monitoramento contínuo dos casos suspeitos de arboviroses também foi fortalecido, garantindo a detecção precoce de possíveis surtos, o acompanhamento da evolução da doença e a adoção de medidas rápidas de controle. O número de exames para diagnóstico e identificação dos sorotipos também foi ampliado, permitindo rastrear o comportamento dos vírus e antecipar riscos de introdução de novas linhagens no DF.
Outro avanço no enfrentamento à dengue é a vacinação, disponível no Distrito Federal para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Ampliar a cobertura nesse grupo etário é considerado fundamental para reduzir casos graves e hospitalizações.
A SES reforça que essas estratégias combinadas, o uso de tecnologias inovadoras, o fortalecimento da vigilância epidemiológica e o avanço da imunização, estão sendo decisivas para proteger a população e reduzir o impacto das arboviroses no Distrito Federal. Ainda assim, o órgão alerta que a colaboração dos moradores continua indispensável. Eliminar água parada, manter quintais limpos e redobrar a atenção com possíveis criadouros são atitudes essenciais para impedir a proliferação do mosquito.
A pasta lembra que a vigilância constante é fundamental para preservar a saúde coletiva e evitar novas epidemias, reforçando que o combate ao Aedes aegypti é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e a população.