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Brasília

Cavaleiros se dividem sobre decisão de Rodrigo Pessoa não disputar o Pan

Arquivo Geral

13/04/2007 0h00

O anúncio do cavaleiro Rodrigo Pessoa de não disputar os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em virtude do polêmico critério de seleção para formação da equipe de saltos, ainda causa polêmica no meio hípico. Nesta sexta-feira, os participantes do Concurso Nacional de Saltos, que está sendo realizado no Rio de Janeiro, se dividiram sobre o assunto.


 


Pessoa tomou a posição após ser alterada a fórmula de seleção, com a exclusão das provas fora do país e a imposição da participação dos concorrentes apenas em seletivas a serem disputadas no Brasil. Nessa segunda-feira, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) voltou a mudar o processo e incluiu a regra que limita 28 pontos perdidos nas duas competições que servirão como seletiva. Se não houver conjuntos suficientes (quatro) superando esta ‘nota de corte’, caberá à entidade definir as vagas restantes.


 


Após a alteração, o atual campeão olímpico afirmou que estava cansado de comentar o assunto e evitou falar se mantinha a posição de ficar fora do Pan. No Rio de Janeiro, um dos principais cavaleiros que competem no país, Rodrigo Sarmento, destacou a importância de Pessoa para a equipe nacional. “É claro que ele é muito importante. Você entra em uma equipe com o Rodrigo Pessoa e tem muito mais segurança. É claro que imprevistos podem acontecer, mas ele normalmente segura a peteca do time”, comentou Sarmento, que ganhou o apoio de Marcos Ribeiro dos Santos, outro que luta pela vaga no Pan. “Acredito que no final das contas, o Rodrigo Pessoa acabará vindo participar, o que será muito bom para nós”, afirmou.


 


Mas, ao mesmo tempo, a atitude de Pessoa foi condenada por outro concorrente ao Pan. Vencedor das duas primeiras provas no Rio de Janeiro, Luiz Francisco de Azevedo criticou duramente o atual campeão olímpico. “Acho um absurdo eles se recusarem a vestir a camisa do Brasil, a defender o Brasil em uma competição da importância do Pan. Acho digno de punição”, disse o filho do medalhista olímpico Luiz Felipe Azevedo.


 


Outro que lamentou a postura de Pessoa foi o vice-presidente da CBH, Roberto Souza Leão. Apesar de contrário ao novo critério de se estabelecer uma pontuação mínima para que os atletas garantam suas vagas na seletiva do Brasil (o que segundo ele abriria espaço para uma convocação subjetiva), o dirigente citou um exemplo do futebol para se justificar. “Acho que o Rodrigo Pessoa e o Doda estão cuspindo no prato que comeram quando dizem que o time é fraco. O Ronaldinho quando vai disputar uma Copa do Mundo vem para cá treinar. Em 2002, o Felipão deixou o Romário, que era o grande ídolo daqui, de fora, foi lá e conquistou a Copa”, lembrou Souza Leão.


 


Uma das explicações para que Doda e outros cavaleiros da Europa se recusem a participar das seletivas em São Paulo e no Rio de Janeiro é o possível desgaste que os cavalos sofreriam com as viagens. O vice-presidente da CBH rebateu essa justificativa. “Eles não viajam sempre para o Canadá? O Rodrigo não estava outro dia nos Estados Unidos? Tudo é uma questão de se traçar objetivos”, disparou.


 


Na opinião de Azevedo, porém, há outro motivo para rechaçar as explicações dos cavaleiros ‘europeus’. “Imagina se a gente também tivesse que levar nossos cavalos para lá (Itália) e depois para cá. Também seríamos prejudicados”, comentou o jovem de 22 anos.


 


Mais experiente, aos 37 anos, Marcos Ribeiro dos Santos diz entender as ponderações apresentadas pelos atletas que competem e moram fora do país. “Acho sóbria esta explicação deles. Realmente é um grande trabalho que dá para montar uma estrutura para vir para cá duas vezes. Acho que isto se resolveria com seletivas lá e aqui também”, recordou.

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