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Brasília

Capoeira integra terapia que pode auxiliar no tratamento da saúde mental; professor superou depressão após perder filhos

Redação Jornal de Brasília

21/10/2025 10h52

Integrantes do Instituto Brasileiro de Capoterapia e alunos do Ceub. Créditos: Cecília Péres

Por Beatriz Ocké, Cecília Péres, Pedro Maynardes e Vinicius Reis
Agência de Notícias CEUB

O ritmo, a alegria e o movimento da capoterapia podem ser fundamentais para a saúde mental. A atividade mistura elementos da capoeira com música e dança.

Mais do que uma expressão cultural, a capoterapia tem se mostrado uma grande aliada no cuidado com a saúde mental e física. Os movimentos ritmados, o convívio em grupo e a energia das aulas ajudam a reduzir sintomas de depressão, ansiedade e solidão, gerando autoestima e qualidade de vida.

O grupo se apresentou no Encuca, evento científico do Centro Universitário de Brasília.

Luto

Ex-lutador de Muay Thai e Jiu-Jítsu, mestre de capoeira e professor da capoterapia, Francisco de Assis Sousa conta que mergulhou em uma depressão profunda há cerca de 10 anos, após sofrer um grave acidente e perder dois filhos.

Antes do diagnóstico, levava uma vida muito ativa, dedicada ao esporte e ao ensino. Ele afirma que a capoterapia foi seu maior e melhor remédio no tratamento contra a depressão. 

Durante o período em que ficou afastado das atividades, Assis recebeu uma ligação do Mestre Gilvan Alves de Andrade, criador da Capoterapia, que o incentivou a retornar as aulas e voltar a ensinar.

“Eu voltei para a capoterapia. Nesse dia, eu pensei que eu ia morrer porque foi tanta emoção, foi tanta alegria…”, lembra. Desde então, o mestre afirma ter recuperado a saúde e o ânimo para viver

“Eu costumava tomar oito remédios controlados. Hoje, raramente tomo um. Eu já fiquei muito ruim nessa vida. Hoje em dia não, com a Capoterapia estou zerado.” relata.

Há cinco anos à frente do grupo, Assis coordena cerca de 70 alunos e realiza apresentações em clínicas, escolas, eventos culturais e espaços públicos do Distrito Federal e entorno. 

Mestre Francisco de Assis Sousa. Crédito: Cecília Péres

Rodas

As músicas são uma parte essencial da capoterapia. Inspiradas em cantigas de roda, ritmos da capoeira e até músicas da infância dos alunos tornam as aulas muito mais envolventes e estimulantes, incentivando o movimento, a coordenação motora e a interação entre os participantes.

As aulas giram em torno de uma roda, permitindo que cada participante se movimente, interaja e vivencie os ritmos de uma forma dinâmica, com coreografias que combinam passos de dança com exercícios de alongamento. Segundo o mestre Assis, essa combinação é fundamental para gerar os efeitos terapêuticos da prática.

Roda da capoterapia. Crédito: Cecília Péres

Forma de viver

A participante Ana Alice da Conceição, de 57 anos, encontrou na capoterapia uma nova forma de viver. Antes solitária, conheceu a prática por meio de uma amiga e, desde então, sua vida mudou. Ela relata que, com a capoterapia, sentiu uma melhora significativa em suas dores e em sua qualidade de vida.

Empolgada com os benefícios que experimentou, ela faz questão de incentivar outras pessoas, especialmente os jovens, a praticarem a capoterapia, destacando os efeitos positivos tanto para o corpo quanto para a mente:

“É uma satisfação, é uma melhoria. Os jovens deveriam conhecer. Para mim, a capoterapia é vida”, afirma.

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