Medalha de ouro no peito, festa na quadra do Riocentro com a conquista do título dos Jogos Pan-americanos do Rio, a seleção brasileira de futsal ainda não sabe qual o destino da modalidade na competição. Com a satisfação do dever cumprido, a equipe nacional espera convencer os dirigentes que o futsal deve ser mantido permanentemente no programa do evento. “O objetivo técnico foi cumprido”, garante o técnico Paulo César Oliveira, o PC. “Esperamos apenas sensibilizar quem decide para que o futsal possa continuar na competição”.
Principal nome da modalidade no país e eleito o melhor jogador do mundo, o ala Falcão vai mais longe. “Fizemos a nossa parte. Agora, espero que a gente não seja vítima política”, afirma, ressaltando a importância dos Jogos para a manutenção do projeto olímpico. “Se sair (da programação) acaba o sonho de ser olímpico”, confessa.
Recentemente, foram divulgadas notícias que o futsal seria substituído nos Jogos pelo rúgbi já para a edição de Guadalajara-2011. Apesar das notícias, a seleção mantém as esperanças. “O que a gente sabe é que isto é reversível e enquanto houver uma frestinha vamos fazer o possível”, assegura o jogador.
Na final do torneio, neste sábado, era esperada a presença do presidente da Organização Desportiva Pan-americana (Odepa), Mario Vázquez Raña, que acabou não comparecendo. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, considerou a ausência normal.
“Ele também não esteve na final do futebol”, lembra, concordando que os atletas cumpriram em quadra o que era esperado de cada um. “Eles fizeram sua parte, agora resta os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) e da Fifa (Federação Internacional de Futebol) se unirem”.
Acostumado aos meandros políticos das negociações, Nuzman encara como inútil a campanha que tem sido feita por atletas para a inclusão da modalidade no programa olímpico. “É uma balela tentar fazer pela base e não pelos dirigentes”, explica.
Para Falcão, os atletas têm feito o que está em seu alcance, mas reconhece que apenas três ou quatro pessoas realmente podem definir o assunto. “Aqui tudo foi perfeito, não houve confusão ou problemas. Não há argumento negativo que possa atrapalhar”.
Atuando há seis anos na Espanha, o capitão Vinícius torce pelo sucesso da campanha, mas lamenta a falta de entrosamento entre os dois países no projeto. “Falta diálogo. Não vejo diálogo entre Brasil e Espanha, que são as duas potências do esporte, neste sentido. Eles não caminham juntos”.
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