O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para ondas de calor no Brasil. Mas apesar das altas temperaturas sentidas pelos brasilienses, o meteorologista do Instituto, Danilo Ericksen Costa Cabral, explicou ao Jornal de Brasília que o fenômeno não atinge o Distrito Federal. Segundo o especialista, o termo “onda de calor” é reservado para temperaturas extremas de 5°C graus acima da média padrão, como é o caso do Sudeste.
A capital, apesar de ter batido o recorde histórico de 34°C neste mês de dezembro, ainda registra um clima dentro do considerado normal. Danilo afirma que é uma semana de anomalia, mas ainda segue dentro do previsto. O verão teve início no dia 21 de dezembro e deve se estender até o dia 20 de março. E nesta estação do ano, as temperaturas mais altas e grandes volumes de chuva são comuns.
“Os eventos de calor alimentam a formação de chuvas durante o período da tarde, que podem levar até 50mm por dia. E por esse motivo estamos com um alerta de tempestades aqui no DF”, explica o especialista. E mesmo com as chuvas intensas que chegam ao final da tarde, o calor retorna no outro dia.
Danilo relata ainda que é preciso ter cuidado com as chuvas de verão, principalmente quando há alertas de tempestade que podem estar acompanhadas de fortes rajadas de vento que superam os 90 km por hora. “É importante lembrar que essas chuvas são associadas a descargas elétricas, então evitar ficar embaixo de árvores e postes é fundamental”, comenta ele.
Para evitar o calor, o meteorologista recomenda evitar os horários de pico que ocorrem geralmente entre às 15h e 16h, tempo de calor onde são formadas as chuvas para o fim da tarde. Ele alerta para uma alimentação leve e bastante hidratação para o dia.
Cuidados com o calor
A especialista em Clínica Médica do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), a médica Bruna Lustosa, afirmou ao Jornal de Brasília que o calor representa um fator de risco real à saúde e pode levar até mesmo à morte. Para se manter seguro ela recomenda evitar o sol intenso entre 10h e 16h e o consumo de alimentos muito gordurosos.
Além de se manter hidratado durante todo o dia, a recomendação médica é buscar lugares arejados, usar roupas leves, abster-se do consumo de bebidas alcoólicas e café. A respeito das pessoas mais afetadas pelo calor intenso, a médica comenta: “Nessa época o cuidado deve ser redobrado, principalmente com crianças e idosos. Eles geralmente não se lembram que é preciso se hidratar, então é importante que um adulto faça esse acompanhamento”.
Ao ser exposta demais ao sol, a pessoa pode apresentar uma insolação. A condição acontece quando o corpo atinge temperaturas mais elevadas. Os sintomas incluem vermelhidão, ardência na pele e desidratação, segundo a médica. Diminuição no volume urinário, tontura, queda de pressão, vertigem, sensação de febre e diarréia também são sintomas causados pelo calor e requerem atendimento médico imediato.
Bruna explica que uma doença comum neste período do ano é a gastroenterite, considerando que os alimentos ficam mais perecíveis com o calor, e pede atenção ao consumo de comidas. Outro cuidado redobrado são com pessoas que possuem doenças oncológicas ativas, crônicas renais ou dialíticas. A oscilação entre calor e chuva também acende um alerta, principalmente em relação às doenças virais, como viroses e rotavírus.