O percentual de famílias brasilienses endividadas em abril de 2013 foi de 82,8%. Essa porcentagem equivale a 613.221 famílias com algum tipo de dívida entre cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros. O índice é inferior ao registrado em março (84,5%). É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF).
Apesar da queda de 12.332 no número de endividados, o estudo mostra um aumento considerável no universo de famílias com contas em atraso, que passou de 71.446 em março para 92.032 em abril. “Esse crescimento foi puxado principalmente pela classe que ganha mais de 10 salários mínimos. Em março, 8,4% desse grupo tinha alguma dívida atrasada. Em abril, esse mesmo percentual passou para 16,3%”, explica o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana.
O maior vilão dos brasilienses continua sendo o cartão de crédito. Do total de endividados, 89,5% disseram estar comprometidos nessa modalidade. Alguns acumulam mais de um tipo de dívida. Dentre as famílias com contas em atraso, 43,6% disseram ter condições de quitar suas dívidas totalmente e 53,2% afirmaram ter condições de quitar o montante parcialmente. Do universo de endividados, apenas 2.946 brasilienses disseram não ter condições de quitar as contas.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) foi realizada com uma amostra de 600 famílias. O estudo serve para orientar os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que utilizam o crédito como ferramenta estratégica para o incremento das vendas, uma vez que permite o acompanhamento do perfil de endividamento do consumidor e sua percepção em relação à capacidade de pagamento.