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Brasília

Bronze encerra jejum

Arquivo Geral

15/07/2007 0h00


Há um ano da formatura, o gaúcho João Souza deixou de lado o curso de Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Abandonou o estágio em um escritório de advocacia. E bateu na porta de pelo menos dez empresas de Porto Alegre atrás de patrocínio. Nada conseguiu.

Mesmo assim, decidiu rodar o mundo atrás de competições internacionais, hospedando-se em albergues e usando a carteira de estudante para pagar refeições mais baratas. Os esforços duraram um semestre, mas surtiram resultado ontem, no Riocentro: o brasileiro quebrou tabu de 32 anos na esgrima, ao conquistar o bronze no florete individual – a primeira do Brasil nesta arma.

A esgrima brasileira havia subido ao pódio, pela última vez, no Pan de 1975, em Cali, na Colômbia, com a equipe masculina de espada. Também foi de bronze, premiação obtida para os classificados às semifinais. João ficou entre os quatro melhores do torneio e foi eliminado pelo campeão, o americano Andras Horanyi, algoz do brasileiro Heitor Shimbo nas quartas.

Para João Souza, 23 anos, o pódio teve ainda mais valor porque foi fruto de uma disputa de recuperação. “Fui muito mal na fase de classificação. Dos 18 que passaram para as eliminatórias, acabei  em 16º. Com toda essa história de 32 anos de jejum, entrei na pista muito nervoso. Fiquei abatido, mas consegui me superar. Por isso, o resultado foi muito bom.”
Atual 22º colocado do ranking mundial, João conhecia alguns dos adversários de ontem. E afirmou que campeonato foi equilibrado. “Dentre todos eu era o segundo melhor ranqueado. O primeiro sequer passou às quartas”. Ele nunca havia enfrentado Horanyi, mas conhecia as características do americano. “Anoto tudo sobre os meus rivais”.

Agora, o novo sonho  de João é a vaga nos na Olimpíada de Pequim, em 2008.





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