A equipe brasileira de hipismo adestramento conquistou a medalha de bronze, ontem, e garantiu vaga para o esporte nas Olimpíadas de Pequim, na China, em 2008. A pontuação total do Brasil foi de 194,78, superada apenas pelos EUA, ouro com 205,90, e pelo Canadá, segundo colocado, com 201,75.
Formada por Rogério Clementino, Renata Costa e Luíza Almeida, de apenas 15 anos, a equipe verde-amarela quebrou jejum de 24 anos sem um pódio pan-americano. No Pan de Caracas-83, o Brasil levou bronze com Iliana Diniz, José Sheleder e Orlando Facada.
“No começo eu estava nervosa, porque era reserva e não ia competir. Mas fui com muita garra para conquistar a medalha e uma vaga para o Brasil”, vibrou Luíza Almeida.
A amazona soube apenas na sexta-feira que iria substituir o experiente Jorge Ferreira da Rocha, de 61 anos, devido a uma intoxicação alimentar do cavaleiro. Rogério Clementino também não seria titular nos Jogos do Rio, mas como Pia Aragão acabou cortada por problemas em sua montaria, ele assumiu a vaga.
A medalha coroa um longo trabalho planejado pela Confederação Brasileira de Hipismo. Há dois anos, a entidade contratou o sueco Eric Lette para treinar e definir a equipe no Pan em Pequim-2008. Desde então, o treinador selecionou um grupo de conjuntos submetido a clínicas e observações internacionais, até afunilar a lista de chamados e escolher os convocados.
Mesmo com os problemas de corte, Lette tinha à disposição outros conjuntos que haviam participado do projeto e sido excluídos da equipe apenas na lista final do Pan.
Ao contrário do que aconteceu nos saltos, Maurício Manfredi não alterou o trabalho do adestramento quando assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Hipismo no início deste ano.
Superação
Segundo o chefe da equipe do Brasil, Sabine Bilton, a superação dos substitutos foi fundamental para alcançar o pódio no Rio de Janeiro.
“A coisa ficou difícil depois que perdemos os nossos dois conjuntos mais experientes, mas eles (substitutos) se superaram”, exalta Sabine, em relação ao desempenho do cavaleiro Rogério Clementino e da amazona Luíza Almeida.
“A Luíza é uma revelação. Tinha pressão total em cima dela, só que isso não influenciou no seu resultado. Ela fez uma reprise sem problema”.
Rogério Clementino assumiu a vaga de titular no final de junho, quando Pia Aragão teve problemas em sua montaria e acabou impedida de disputar o Pan. “A equipe estava unida e bem preparada, isso fez a diferença”, explica Sabine, com elogios ao trabalho desenvolvido pelo técnico sueco Eric Lette e o apoio da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). “Esta foi uma conquista enorme para o Brasil”.
De acordo com Sabine, ainda não estão definidos os critérios para a escolha da equipe brasileira classificada para representar o País em Pequim. Para as Olimpíadas, a chefe de equipe prefere não criar expectativa quanto ao desempenho tupiniquim. “Vamos devagar, a conquista da vaga já é uma vitória”, curte.