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Brasília

Brasiliense multicampeã de Kung Fu WuShu se sente abandonada por falta de apoio

Arquivo Geral

28/06/2016 7h00

Renato de Oliveira

Laura Quariguazy
torcida@jornaldebrasilia.com.br

O esporte conhecido no ocidente como Kung Fu não leva originalmente este nome. Na China, berço da modalidade marcial, Kung Fu significa trabalho árduo. É uma filosofia de vida. Tudo que se faz com trabalho e dedicação é Kung Fu. Samara Sampaio, atleta de Kung Fu WuShu, sabe bem disso. A brasiliense, de 26 anos, é a melhor das Américas no WuShu, e tem enfrentado muitas dificuldades para defender os títulos.

Tetracampeã brasiliense, pentacampeã brasileira, tricampeã sul-americana e pan-americana e 6ª melhor do mundo, a lutadora tem conquistas futuras ameaçadas por falta de incentivo.

Em um mês e meio, Samara precisa ir ao Texas (EUA) defender o título pan-americano. Ela necessita de R$ 9 mil, mas está longe de chegar a esse montante.

Atleta de alto rendimento, a brasiliense perdeu os apoios financeiros devido a uma lesão, em 2013 – durante treinamento em um intercâmbio na China, ela rompeu dois ligamentos e o menisco. Até o procedimento cirúrgico, recuperação e fisioterapia, mais de um ano foi perdido. “Foi uma luta para conseguir dinheiro e ajuda para me operar, porque a cirurgia é muito cara. Perdi muito tempo, e sofri um certo abandono”, desabafa.

Mesmo após recuperada, ela luta para voltar a receber atenção. Ao contrário do que tinha antes, Samara não foi mais contemplada com programa de apoio do governo federal ou distrital e lamenta o abandono – vale ressaltar que o Kung Fu não conta no programa de competições dos Jogos Olímpicos.

Camilla Teixeira, amiga e empresária, tem ajudado a atleta na empreitada. As duas correm atrás do dinheiro – rifas, vaquinhas na Internet e venda de objetos pessoais já foram feitas, mas ainda sem êxito. Elas conversam com empresas, universidades, clubes de treinamento, mas sempre recebem a mesma resposta negativa.

“É chato pedir apoio dessa forma, porque as pessoas não compreendem muito bem sobre o que elas estão ajudando e eu também não me sinto dando uma contrapartida. Elas sempre perguntam se vai aparecer na TV…”, descreve a atleta.

Samara organiza aulões de treinamento funcional no valor de R$ 30, todos os sábados, às 16h, no Parque Olhos D’Água (Asa Norte). O dinheiro arrecadado com as inscrições ajuda com os custos do esporte. Inscrições e informações: 99306-6116.

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Versão oficial

A assessoria da Confederação Brasileira de Kung Fu WuShu afirma que não há um culpado. “O processo de seleção para o Bolsa Atleta é bem estruturado no País. São critérios que precisam ser respeitados. Não podemos dar a bolsa para todo o atleta que pedir”.

Já a Secretaria Adjunta de Esporte e Lazer do DF afirma que esteve presente com a atleta até 2013, ano da lesão que a afastou do esporte. Afirma estar em um momento no qual o apoio a ela precisa ser dado pelo Bolsa Atleta. Segundo a pasta, não é possível doar dinheiro à Samara fora dos programas já presentes, nos quais não foi contemplada. Tem conhecimento da situação dela e que, assim que possível, pretende criar novas formas de apoio.

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