Campos alagados pela chuva, adiamentos de partidas e muitas reclamações, tanto das equipes quanto dos torcedores. Não era essa a imagem que o beisebol gostaria de passar ao público brasileiro, que não conhece muito o esporte, mas compareceu em bom número para acompanhar a disputa. No final, o saldo da modalidade nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro terminou mesmo negativo.
Além disso, a expectativa era que seleção brasileira conseguisse um desempenho satisfatório na competição. Antes do início das disputas, o treinador Mitsuyoshi Sato analisou que o Brasil tinha condições de disputar a primeira fase de igual para igual com os adversários, mas procurou conter a euforia e não prever a conquista de medalhas.
No final, no entanto, o Brasil não conseguiu se classificar para as semifinais da competição, tendo amargado duas derrotas (para República Dominicana e Estados Unidos) e apenas uma vitória na primeira fase (sobre a Nicarágua). O resultado final, assim, foi parecido com o de Santo Domingo, em 2003, quando o Brasil venceu o Panamá e terminou na quinta colocação.
A diferença é que daquela vez o Brasil terminou a primeira fase na última colocação do grupo, com derrotas para México (11 a 6), Cuba (4 a 0) e EUA (7 a 0), e vitória sobre Panamá (4 a 3). Desta vez, porém, o time brasileiro terminou na terceira colocação da chave, com a mesma pontuação de Nicarágua e República Dominicana. Os nicaragüenses, porém, levaram vantagem nos critérios de desempate e avançaram às semifinais.
No final, deu a lógica no torneio de beisebol do Pan. A seleção de Cuba faturou a medalha de ouro ao vencer os Estados Unidos na final (3 a 1) e se tornou a maior vencedora pan-americana da modalidade – desde 1967 o time cubano não perde uma final. Já o bronze acabou dividido entre Nicarágua e México, já que a decisão do terceiro lugar acabou adiada e o time mexicano não poderia ficar mais tempo no Rio para a disputa.
A decisão do bronze, aliás, não foi a única partida que teve sua data alterada durante a competição. Ao longo do torneio, outros jogos tiveram o horário trocado e alguns foram passados para o dia seguinte, o que revoltou a torcida que compareceu aos campos. A própria decisão da medalha de ouro, por exemplo, foi adiada em um dia devido a péssima condição do campo do complexo esportivo da Cidade do Rock.
O local teve diversos problemas, desde a iluminação – fato que provocou o remanejamento dos jogos noturnos – até a deteriorização dos campos com as fortes chuvas que atingiram a cidade do Rio de Janeiro. Ao contrário do que previam os organizadores e atletas, o que era para ser um incentivo a popularização do esporte no país acabou como o símbolo da desorganização no Pan.
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