Entre os dias 21 e 28 de julho, cerca de 1.500 atletas de 25 países participaram do Campeonato Pan-Americano e Sul-Americano Master, em Medellín, Colômbia, que contou com as modalidades de salto, nado sincronizado, polo e natação. Dentre eles, Rafael Aquino, de 45 anos, que nadou cinco provas e levou cinco medalhas, sendo quatro douradas.
Os ouros vieram nas provas de 50m Borboleta, 4x50m Medley Masculino, 4x50m Medley Misto e 4x50m Livre Masculino. Já na prova de 50m Livre, Rafael conquistou a medalha de bronze, ficando atrás de um venezuelano e outro brasileiro.
Mas quem vê os resultados do atleta, não imagina que faltando 30 dias para o começo da competição, testou positivo para a covid-19. “Eu já tinha o ciclo vacinal completo, mas fiquei mal. A doença me tirou da piscina por 10 dias, e nos quatro primeiros, tive muita febre, precisei ficar só na cama”, afirmou Aquino, que além de não poder treinar, voltou a sentir dores na lombar.
Então, uma decisão importante precisou ser tomada. Ele poderia desistir da competição e ter um período maior de descanso, ou retornar o treinamento um pouco antes. Com saudade das piscinas, Rafael optou por participar da competição, e logo o planejamento foi retomado.
“Voltei a nadar, mas tive bastante dificuldade com o pós da doença, de aguentar a intensidade dos treinos. Demorei a retomar o nível que eu estava. Faltavam apenas duas semanas pra competição quando eu comecei a chegar próximo do que eu sabia que conseguia, e mesmo assim, treinando com limitação, com dor, que me atrapalhava principalmente nos exercícios fora da água, no trabalho de força”, comentou o atleta.
Apesar de almejar resultados ainda melhores, Rafael conquistou, além de quatro medalhas de ouro e uma de bronze, dois recordes Sul-Americanos, ambos nas provas de revezamento Medley. “Antes da covid, no meio da temporada, eu tinha conseguido bater o recorde do 50m Borboleta, com 26’38”. No Pan, o tempo foi 31 centésimos pior. Então esse foi um reflexo da doença”.

“A lesão e a doença são coisas que não dá pra controlar, e elas tiveram esse impacto na minha preparação. Decidi ir a Medellín mesmo com o curto prazo. Talvez eu pudesse ter resultados melhores do que estava esperando, mas era o que dava pra fazer, era o máximo que dava para entregar”, completou o medalhista, que disse ter sentido um cansaço diferente logo após a primeira prova.
Próximos desafios
O objetivo agora é descansar, e por isso, os treinos só serão retomados na próxima semana, já pensando nas próximas competições, o Campeonato Brasileiro, que acontece no segundo semestre em Salvador, Bahia; e o Mundial, que será realizado no ano que vem em Fukuoka, Japão.
A meta do atleta é chegar bem para o Mundial, mas para isso, o planejamento terá que envolver, além dos treinos, a busca por um apoio ao projeto, já que os custos para uma viagem ao Japão são bem elevados.
Recordes
Os dois recordes Sul-Americanos conquistados no Pan/Sul-Americano agora se juntam aos demais já conquistados por Rafael ao longo da carreira.
Em dezembro de 2021, ele foi ao Rio de Janeiro para o Pan-Americano Master, competindo na categoria entre 45 e 49 anos. Na ocasião, ganhou os 50m Livre batendo o recorde sul-americano da categoria na piscina de 25m. Segundo a Federação Internacional de Natação (FINA), o nadador brasiliense fez o segundo melhor tempo do ano na categoria.
Além da prova individual, o nadador também fez parte da equipe de revezamento que foi campeã batendo outro recorde, também no de 4x50m Livre. Nas provas em equipe, a categoria é feita a partir da soma das idades dos atletas, e nesse caso, Rafael nadou na de 160+, uma média de 40 anos para cada atleta. Nessa prova, o grupo fez o melhor tempo do mundo no ano passado.