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Brasília

Antes do Pan, trânsito vira dilema no Rio de Janeiro

Arquivo Geral

13/07/2007 0h00

Como qualquer capital brasileira, o Rio de Janeiro apresenta seus problemas estruturais. Contudo, um obstáculo que o torcedor deve sofrer durante a disputa dos Jogos Pan-americanos está na locomoção entre as sedes que ficam em diferentes regiões da cidade.

”Aqui no Rio de Janeiro, vai ser complicado para os turistas irem de um lugar para o outro”, define o taxista Erick Souza.

O trânsito na cidade, normalmente, está longe de ser agradável. No trajeto de duas sedes do Pan em lados opostos da cidade, o tempo perdido chega a passar de uma hora. “A tendência é piorar com o Pan. Na Cerimônia de Abertura, os carros vão ficar umas duas horas parados no trânsito”, projeta o taxista Carlos Alexandre Camargo.

Ainda por cima, em várias vias importantes, foi criada uma faixa (Família do Pan) para priorizar a circulação dos ônibus de delegações. “Os taxistas até podem andar por essa faixa em algumas ocasiões, mas existe muita desinformação e pouca fiscalização”, critica Carlos Alexandre.

O transporte público poderia ser visto como uma opção interessante, pois o tempo gasto é praticamente o mesmo com os automóveis. Porém, a falta de grandes informações e o temor com a violência de certos bairros prejudicam a vida dos turistas. A prefeitura prometeu a distribuição de um mapa informativo, só que o material ainda não foi visto pela cidade.

Localizado no bairro Engenho de Dentro, o estádio João Havelange (Engenhão) é o exemplo claro para o torcedor deixar seu carro em casa. A sede do Pan tem uma estação de trem em frente a um dos seus portões. “Você pega o ônibus ou um metrô até a estação Central do Brasil. A partir daí, vem para cá”, explica o estudante Carlos José da Silva, de 19 anos. “Acho que não haveria tantas dificuldades aos turistas. Basta perguntar direitinho”, completou.

O Complexo Esportivo Miécimo da Silva e o de Deodoro são as sedes mais distantes do evento. Os locais ficam a aproximadamente 30km da Vila Pan-americana. Indo da Barra para Deodoro, a distância é basicamente a mesma, mas quem não vai de carro acaba tendo dois trabalhos. Morador do bairro, Hugo Tavares acha mais prático pegar um ônibus até a Central do Brasil para depois fazer a baldeação no trem direto para a Vila Militar.

De ônibus, o trajeto é ainda mais complicado. São necessárias duas conduções: uma do Recreio até Jacarepaguá e outra de lá até Deodoro. “A distância é maior da Barra para Deodoro que do Engenhão (no Engenho de Dentro) para Deodoro”, garante.

No trajeto de carro pelo Rio de Janeiro, um fato que chama a atenção é a falta de sinalização até os locais de competição. O motorista só é auxiliado pelas placas no momento em que chega próximo de seu destino. Por isso, aquele que não conhece o Rio de Janeiro e optar pela locomoção de automóvel deve ficar preparado para perguntar o itinerário em postos de gasolina ou pontos de táxi.

Em relação aos taxistas, as opiniões são distintas. Carlos Alexandre Camargo não projeta aumento na freguesia durante o Pan. “Ainda está fraco. A prefeitura também não ajudou e divulgou que houve aumento de 20% nas tarifas. É mentira. Só ganhamos autorização para rodar de Bandeira 2, que aumenta em 10% o valor. Isso assusta as pessoas daqui, que são fregueses importantes”, lamenta.

Em contrapartida, o taxista Jayme Júnior, que trabalha na Barra, está entre os otimistas com o evento. Quinta-feira, no primeiro dia de funcionamento da Bandeira 2 para qualquer período, ele já comemorava. “Hoje movimento também cresceu”.

Segundo ele, a procura pelo serviço já tinha sido 20% maior no período da manhã. Os passageiros, em sua maioria turistas, pediam para passar pelas sedes pan-americanas. “Mas eram todos turistas nacionais mesmo, de outros Estados”.

Trabalhando com táxi há 10 anos, ele está otimista. “Com este Pan tem que sobrar um pouquinho para todo mundo, não é?”, comenta o taxista, que também promete comparecer aos eventos para torcer pelos brasileiros.

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