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Brasília

Alunos do CED 7 da Ceilândia fazem homenagem a policial militar que foi agredido em escola na Estrutural

Os adolescentes mostraram o apreço e respeito ao oficial que levou uma cotovelada de um aluno na semana passada

Redação Jornal de Brasília

16/08/2022 11h16

Foto: Divulgação

Alunos do colégio cívico-militar Centro Educacional (CED) 7 da Ceilândia prestaram homenagem ao policial Alisson Ferreira, 43, na sexta-feira (12/8). O militar foi agredido por um aluno no Centro Educacional 01 (CED 01) da Estrutural após confusão. Os estudantes mostraram o respeito e admiração pelo oficial, que já trabalhou no CED 7.

Ambas as escolas possuem o Modelo de Gestão Compartilhada, em três anos de projeto, o DF já possui 17 unidades de ensino com o padrão gerenciado pelas secretarias de Educação e de Segurança Pública.

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, o 2º Sgt. Alisson Ferreira, contou sobre o momento de recepção dos jovens e da direção da escola. O militar agradeceu o carinho dos alunos que fizeram cartazes com mensagens de apoio após o ocorrido e discursou sobre o acontecimento na Estrutural. Além disso, os alunos entraram em forma para o hasteamento da bandeira brasileira.

“Foi inesquecível, emocionante demais. Me deram a palavra e eu falei tudo que aconteceu, eles perguntaram se eu iria voltar para a escola pois eles querem que eu volte, mas eu expliquei que fui nomeado da Casa Militar e em virtude disso eu não poderia voltar nesse momento”, contou.

O policial completou dizendo que não esperava a atitude e o acolhimento dos alunos da Ceilândia, e também ressaltou o trabalho feito pela PMDF. “Todo trabalho que a gente faz, não só no CED 1 da Estrutural ou no CED 7 da Ceilândia ou qualquer outra escola de gestão compartilhada é um trabalho de muito amor totalmente desinteressado, a gente só quer dotar coisas boas, a gente só quer que aquele jovens, crianças e adolescentes sejam tudo o que eles nasceram para ser, pessoas que farão diferença na sociedade, a gente não espera nada em troca a não ser uma sociedade melhor”, contou.

Alisson Ferreira é casado e possui dois filhos, uma menina de 13 anos e um menino de 4 anos, é policial há 23 anos e diz ter amor à profissão. O sargento ressaltou que mesmo após o episódio no CED 1 da Estrutural, o carinho que ele tem pelos alunos, professores e demais funcionários se mantém. Ele também conta que não possui nenhum tipo de mágoa dos dois alunos envolvidos na agressão a ele.

“Lá eu fiz inúmeros amigos, os alunos lá são tão queridos como o do CED 7, são alunos maravilhosos, professores maravilhoso, tem uma direção maravilhosa que no tempo que eu fiquei no CED 1 eu aprendi a amar o colégio da mesma forma que eu amo o CED 7 da Ceilândia. Não tenho nenhum tipo de mágoa dos dois adolescentes ex alunos que se envolveram nisso e peço a Deus que os abençoe e proteja e bem como suas famílias”, contou Alisson Ferreira.

Modelo de gestão compartilhada

Sobre o Modelo de Gestão Compartilhada, o militar está à frente do projeto desde o início, em 2019, ficando na escola da Ceilândia até maio de 2022 e depois sendo transferido para a Estrutural. Segundo Alisson Ferreira, o modelo é mais do que só uma política de segurança pública, é uma política de educação e de transformar vidas.

O militar ainda contou que a gestão já vem apresentando diversas melhorias nos ambientes dentro da escola com a disciplina, e fora com os familiares dos alunos. Dentre elas, a questão da segurança no perímetro da escola, melhor desempenho nas atividades e na organização, e o respeito dos alunos sobre a figura do professor.

“Em nenhum momento queremos pegar o protagonismo que o professor tem, a gente só quer que ele consiga desenvolver o pleno potencial que ele tem de transformar vidas. Então o professor não precisa se preocupar com a parte disciplinar, porque a gente vai auxiliá-lo nessa demanda, fazendo com que ele foque na questão pedagógica. O professor é e sempre será a maior autoridade dentro da sala de aula”, ressaltou Alisson Ferreira.

Nova atividade

Um dia após a ocorrência na escola, Alisson Ferreira descobriu que foi nomeado para trabalhar na Casa Militar, que fornece a segurança pessoal do governador e seus familiares. Ele ressaltou que não pediu a promoção e que não foi por conta da questão da agressão, e que, mesmo tendo prazer em trabalhar com os jovens nas escolas, não poderia perder a nova oportunidade.

“Acabou que eu vou pra Casa Militar mas não foi por causa desse episódio, parece que foi sincronizado e por causa disso, mas se fosse por conta desse episódio só eu não sairia do CED 1, continuaria lá porque acabei me afeiçoando muito com os alunos da Estrutural e dos professores”, disse o militar.

Relembre o caso

O policial militar foi agredido na terça-feira passada (9), no Centro Educacional (CED) 1 da Estrutural após ex-alunos da instituição entrarem no colégio. De acordo com a Secretaria de Educação, dos quatro adolescentes, três já tinham sido transferidos da unidade por indisciplina. Dois deles se envolveram no episódio da agressão.

Os jovens entraram pelo portão do estacionamento da unidade enquanto acontecia um torneio interclasse. Eles foram vistos por professores e, em seguida, policiais pediram que deixasse o colégio, resultando em uma confusão.

Durante a situação, os dois estudantes envolvidos correram para dentro de um dos banheiros, onde quebraram um vaso sanitário e depois, um dos garotos acabou acertando o nariz do policial com uma cotovelada.

Após a ocorrência, os foram levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), na Asa Norte, para registro da ocorrência. Os envolvidos possuem passagens na corporação por crimes análogos a depredação de patrimônio público e agressão.

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