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Brasília

Agosto Lilás reforça mobilização pelo fim da violência contra a mulher no DF

Campanha promovida pela Sejus-DF intensifica mobilizações em defesa da segurança, da dignidade e dos direitos das mulheres

Redação Jornal de Brasília

04/08/2025 18h01

Foto: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Foto: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Agosto é um mês de mobilização nacional no enfrentamento à violência contra a mulher. Instituído em homenagem à Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, o Agosto Lilás se consolidou como símbolo de luta por respeito, segurança e igualdade. No Distrito Federal, a campanha é conduzida pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que promove uma série de ações durante o mês para fortalecer políticas públicas voltadas à prevenção, acolhimento e conscientização.

“As mulheres precisam se sentir seguras e amparadas em qualquer ambiente. O Agosto Lilás é um mês de luta, mas esse trabalho é diário e permanente. A Sejus está comprometida em promover políticas públicas que salvam vidas, transformam realidades e garantem direitos”, afirma a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.

Um dos principais eixos das ações da Sejus-DF é o Protocolo Por Todas Elas, instituído em novembro de 2023. A iniciativa define diretrizes para prevenir e coibir a violência de gênero em bares, eventos culturais, casas noturnas e espaços esportivos. Mais de 400 profissionais já foram capacitados em locais como Arena BRB, ParkShopping, Mané Mercado, Capital Moto Week, Na Praia e festas de carnaval. Estabelecimentos que cumprem os requisitos recebem o Selo Por Todas Elas, com validade de um ano.

“Antes eu não tinha ideia de como agir em uma situação de assédio. Depois do treinamento, me senti mais preparada e segura para acolher uma mulher e buscar ajuda de forma correta”, relata Beatriz Paulinho da Silva, 26 anos, garçonete no Complexo Mané Mercado.

Reflexão entre homens: responsabilidade coletiva

Além das ações voltadas ao acolhimento das vítimas, a Sejus aposta na educação para transformação cultural. O projeto Conversa com Eles: Valorização da mulher e combate à violência doméstica promove rodas de conversa com homens em ambientes de trabalho, como canteiros de obras, empresas e instituições públicas. A proposta é provocar reflexões sobre masculinidade, respeito e comportamentos cotidianos.

Desde abril de 2024, mais de 1.500 homens participaram do projeto, sendo 640 somente em 2025. A ação é desenvolvida em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), o Senai-DF e tem execução direta da Sejus.

“A gente cresce ouvindo piadas e vendo coisas erradas como se fossem normais. Depois da conversa, comecei a perceber que o respeito tem que vir em todas as situações: em casa, no trabalho, na rua”, diz Diego Bráulio da Silva, 38 anos, eletricista.

Atendimento psicossocial e fortalecimento de vínculos

Tanto o protocolo quanto o projeto Conversa com Eles integram o programa Direito Delas, criado em novembro de 2023. A iniciativa já realizou 9.586 atendimentos psicossociais individualizados e alcançou mais de 4,8 mil mulheres por meio de rodas de conversa e palestras.

O programa está presente em 11 núcleos regionais — incluindo Plano Piloto, Ceilândia, Guará, Itapoã, Paranoá, São Sebastião, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia, Estrutural e Gama — e oferece acolhimento também a familiares, crianças vítimas de violência sexual e idosos em situação de vulnerabilidade.

Durante o Agosto Lilás, também será ampliada a oferta das oficinas do projeto Pelo Olhar Delas, que trabalha temas como autoestima, identidade e empoderamento feminino. A ação já impactou 733 participantes e deve crescer neste mês.

Crescimento das denúncias

O aumento das denúncias de violência de gênero no Distrito Federal evidencia a urgência de iniciativas como o Direito Delas. Dados do Ligue 180 indicam que, somente em 2024, o canal registrou 23.148 atendimentos no DF — crescimento de 37,1% em comparação com 2023, que teve 16.875 atendimentos. As denúncias formais também subiram de 2.723 para 2.923, um acréscimo de 7,3%.

A maioria das vítimas é composta por mulheres negras ou pardas, com idades entre 40 e 44 anos. Em grande parte dos casos, a violência ocorre dentro da própria residência, o que reforça a necessidade de políticas públicas que combinem acolhimento, escuta qualificada, formação cidadã e responsabilização dos agressores.

“O Agosto Lilás é um mês de luta, mas esse trabalho é diário e permanente”, reforça Marcela Passamani.

Com informações da Sejus

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