Rayane Fernandes
Especial para o Jornal de Brasília
Uma quadrilha de colombianos acusada de praticar crime de agiotagem no Distrito Federal foi presa em flagrante. Dezessete pessoas foram detidas, entre elas, uma mulher. Eles são suspeitos de extorquir comerciantes.
Além das prisões, foram apreendidos R$ 100 mil e sete mil dólares. “Tinha essa quantidade em caixa para evitar, em uma ação da polícia, de perderem grande valor. Quando tinham um valor maior, davam um jeito de enviar à Colômbia”, afirmou o delegado Jefferson Lisboa, da Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil.
Membros da quadrilha viviam em uma casa em Arniqueiras, onde diziam ser a sede, em três apartamentos em Águas Claras e um flat em Taguatinga.
Segundo o delegado, a quadrilha oferecia empréstimo e, a partir daí, passava a fazer cobranças diárias de juros extorsivos. “Se eles emprestassem R$ 10 mil, a pessoa teria que pagar R$ 600 por dia, o que é algo muito difícil para um empresário hoje. E muitas vezes o empresário, desesperado, precisando do dinheiro, aceitava a oferta”, disse. Se o pagamento não fosse efetuado, a quadrilha ameaçava e fazia agressões físicas à vítima. “Eles também pegavam objetos da empresa e pessoais como garantia”, observou o delegado.
Organização criminosa
De acordo com Lisboa, a ação é típica de organização criminosa. “As pessoas que operavam iam diariamente até as empresas e, além de oferecer empréstimo para aqueles que ainda não tinham, faziam a cobrança diária de juros”, afirmou.
Atuação nacional
O delegado Jeferson Lisboa afirma que há células dessa organização em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Minas Gerais e Ceará. “Eles estão atuando em todo o Brasil. A chefia aqui no DF foi desarticulada”, diz.
“As outras pessoas que não foram presas e as que continuam sendo investigadas, nós vamos pedir as prisões preventivas, para que esse tipo de crime não se instale no DF”, completou.
As investigações começaram em novembro do ano passado, após denúncias anônimas. Mas, segundo o delegado, a quadrilha estaria agindo há pelo menos um ano no DF.
dinheiro para a colômbia
Ainda não se sabe quanto era emprestado e extorquido, mas a polícia diz que a quadrilha enviava dinheiro para o crime organizado da Colômbia.
Saiba Mais
Se forem condenados, os presos podem pegar até 20 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa e extorsão.
A quadrilha já responde a outro inquérito pela prática de usura.
Após cumprimento da pena, os presos serão expulsos do país.