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Brasília

A segurança no vagão exclusivo do metrô

Segundo dados do Metrô-DF, de janeiro a junho de 2022 foram 1.057 reclamações de desrespeito ao vagão exclusivo

Redação Jornal de Brasília

25/08/2022 7h40

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Amanda Karolyne
redacao@grupojbr.com

Uma denúncia esta semana chamou a atenção para o desrespeito com o vagão exclusivo do Metrô do Distrito Federal. A denúncia foi feita pela pedagoga Cíntia Reis, que alega se sentir insegura até mesmo nesse vagão. O carro exclusivo – primeiro carro de cada trem, é para mulheres e para pessoas com deficiência.

Cíntia tem 35 anos, é pedagoga e diariamente faz uso do metrô, sempre no vagão exclusivo. Ela fazia denúncias para a ouvidoria da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), mas parou porque não via nenhuma mudança. “Denunciei dessa vez porque o sujeito que entrou no vagão na altura da estação Taguatinga Sul, pediu dinheiro e percebi que ninguém deu. Depois que ele abordou cada uma que estava no vagão, ele simplesmente acendeu um cigarro de maconha dentro do vagão. Primeiro eu senti um cheiro de fósforo e quando eu olhei pro lado, eu vi a fumaça esbranquiçada e senti o cheiro da substância ilegal”, descreve.

A pedagoga ficou apreensiva e decidiu tirar a foto para provar o que denunciava. “E pra não terem dúvidas de quem era, para que agissem de forma certeira, mas não foi o que aconteceu”, adiciona. Segundo Cíntia, isso aconteceu às 6h40 da manhã, mas eles só responderam mais de 40 minutos depois. Para ela, pela resposta do metrô, fica claro que os usuários não estão seguros de forma alguma dentro das estações e dos vagões. “O metrô inicia suas atividades às 5h30 e a ouvidoria só inicia às 7h. Então nesse período não há segurança. Eles falaram para acionar o piloto, mas se não tem efetivo para atuar, os pilotos é que não vão parar o metrô e intervir nesse tipo de acontecimento”.

De acordo com o Metrô-DF, o monitoramento frequente da utilização do carro exclusivo faz parte das ações cotidianas das equipes de segurança. Em nota, o órgão destaca que tem intensificado a fiscalização, realizado campanhas educativas, e ainda, orientado usuários e atuado em casos de flagrante de desrespeito.

Mas a Companhia aponta que é importante lembrar que não há efetivo suficiente para acompanhar todos os trens simultaneamente, já que o desrespeito ocorre de forma aleatória. “Por isso, a companhia pede ao usuário(a) que informe o número do trem, horário e localização de referência por meio de nosso canal de WhatsApp (99265-1178), para que seja possível uma ação direcionada da equipe de segurança com a maior brevidade possível”.

Segundo dados do Metrô-DF, em 2021 foram registradas 1.797 queixas de desrespeito ao vagão exclusivo. De janeiro a junho de 2022, foram 1.057 reclamações. A Companhia afirma que as reclamações são devidamente apuradas e respondidas.

A rotina de quem usa o vagão exclusivo

Dona Luiza da Silva Melo, 74 anos, do lar, costuma andar sempre de metrô. Ela sempre vê casos de homens entrarem no vagão exclusivo, mas acredita que eles não saibam sobre a exclusividade do primeiro carro. “As vezes é na inocência. Hoje mesmo, quando eu estava indo para o Plano Piloto, os guardas tiraram dois homens que não sabiam”.

Tereza Carvalho, 51, assistente administrativa, volta para casa todos os dias de metrô. Ela também acredita que, quando acontece de algum homem pegar o vagão exclusivo, na maioria das vezes é por engano. “Sempre que eu estou próxima do cara que entra por engano, eu aviso”, salienta. “Às vezes a gente sabe que não é engano, mas os guardas tiram”, afirma.

Já a estudante de biomedicina, Rizia Benaya, 29 anos, usa o metrô todos os dias para chegar até a faculdade. “E eu prefiro o vagão exclusivo. Uma vez meu irmão entrou sem perceber e o vagão ficou parado até ele sair”, conta.

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