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Brasil

Vacina que deve ser cedida ao SUS se mostra eficiente em mais uma rodada de testes; próxima etapa do desenvolvimento ocorre em SP

Após duas fases, o próximo passo, considerado imprescindível para provar a eficácia da vacina, ocorrerá em São Paulo, em uma parceria da empresa com o instituto Butantan

Redação Jornal de Brasília

16/06/2020 17h40

Após 743 voluntários participarem de testes em laboratório para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, a empresa chinesa de tecnologia Sinovac Biotech informou que o imunizante se mostrou eficaz em mais de 90% dos voluntários que participaram das primeiras fases do processo. Pode-se considerar a pesquisa exitosa já que os voluntários não apresentaram efeitos colaterais e desenvolveram anticorpos. 

Após duas fases, o próximo passo, considerado imprescindível para provar a eficácia da vacina, ocorrerá em São Paulo, em uma parceria da empresa com o instituto Butantan. 

Daqui três meses, cerca de 9 mil pessoas participarão dos testes. Caso os resultados sejam positivos, a vacina será cedido ao Sistema Único de Saúde (SUS) para distribuição gratuita. A ação foi divulgada pelo governo de São Paulo. 

Na terceira fase, os participantes serão divididos em dois grupos. Parte das pessoas tomarão a vacina e metade receberá apenas um placebo ou outro imunizante que não é eficaz na proteção contra o novo coronavírus. 

De acordo com o infectologista, Alexandre Barbosa, chefe do departamento de Infectologia da Unesp, o nome dado a este método de testagem é ensaio clínico randomizado duplo cego.

“Nem os voluntários nem os pesquisadores sabem quem está recebendo a vacina para a covid-19, um imunizante não específico ou o placebo. Cada paciente recebe um número de identificação. No final da pesquisa, esses dados são abertos e só a partir daí é possível saber se quem tomou a vacina contra o novo coronavírus se protegeu mais do que quem tomou um imunizante não específico ou placebo”, disse.

Como funciona? 

Buscando um método rápido para a vacina, o princípio ativo utiliza pedaços inativos do coronavírus. De acordo com pesquisadores, isso torna o imunizante mais seguro. “Atualmente quase não se produzem mais vacinas com o vírus ativado, pois pode-se obter o efeito contrário – infectar a pessoa da doença que se deseja prevenir –, sobretudo se o indivíduo tiver alguma doença imunossupressora, como Aids.”

Em contrapartida, o médico diz que a vacinas que se utilizam de pedaços de vírus ou um vírus morto não são tão eficientes. Por conta disso é preciso adicionar ao imunizante os chamados adjuvantes, substâncias que melhorariam sua efetividade.

O adjuvante usado pelo laboratório chinês é uma formulação de alumínio, que “pareceu promover altas quantidades de anticorpos neutralizantes”, segundo artigo publicado na revista científica Nature no dia 4 de junho.

O texto sugere ainda que o alumínio começou a ser estudado entre 1930 e 1940 e tem um histórico comprovado e incomparável de segurança e eficácia. Ainda não se sabe ao certo por que o elemento químico induziria esses altos níveis de anticorpos.

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