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Brasil

Vacina contra covid-19 desenvolvida por americanos apresenta resultados ‘robustos’ nas fases 1 e 2

Mil voluntários começarão a ser testados no Brasil até o fim deste mês, 500 em São Paulo e a outra metade na Bahia

Redação Jornal de Brasília

12/08/2020 12h57

Mais uma vacina contra a covid-19, desta vez desenvolvida por pesquisadores americanos, apresentou resultados positivos nas fases 1 e 2 da testagem, de acordo com estudo publicado nesta quarta-feira, 12, na Nature.

O imunizante da BioNtech e da Pfizer induziu uma resposta imune “robusta” e não provocou efeitos colaterais graves em adultos saudáveis. No dia 21 de julho, a Anvisa autorizou os testes em humanos dessa vacina no País.

Mil voluntários começarão a ser testados no Brasil até o fim deste mês, 500 em São Paulo e a outra metade na Bahia. Está previsto que os participantes recebam também uma segunda dose, vinte e um dias após a primeira. Todos serão acompanhados ao longo de dois anos.

De acordo com a Nature, os níveis de anticorpos neutralizantes produzidos pela BNT162b1 nos voluntários foram de 1,9 a 4,6 vezes maiores do que os apresentados por pacientes que tiveram a doença, de acordo com os resultados preliminares do estudo.

As fases 1 e 2 têm por objetivo testar a segurança e a resposta imunológica induzida pelo imunizante e o número de participantes é reduzido.

No caso, foram 45 pessoas saudáveis com menos de 55 anos. Somente na fase 3 será testada a eficácia da vacina em grupos maiores.

O trabalho revelou ainda que a resposta imunológica apresentada pelos participantes aumentou conforme a dose aplicada até um determinado ponto e também foi mais intensa após uma segunda dose, de reforço, da vacina.

Segundo o estudo, a resposta imune foi muito mais forte no grupo que recebeu 30 microgramas de imunizante do que no grupo de recebeu 10 microgramas. Ambos os grupos receberam doses de reforço após 21 dias. Mas mesmo antes da segunda dose já apresentavam anticorpos contra o Sars-CoV-2.

No entanto, não houve diferenças notáveis na resposta imune entre os participantes que receberam 30 microgramas e os que receberam 100 microgramas. No entanto, os voluntários que receberam a dose maior também experimentaram mais efeitos colaterais. Por isso, não receberam a dose de reforço.

Entre os efeitos colaterais apresentados, que aumentaram com o volume da dose, estão dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, febre e distúrbios do sono. Essas reações adversas, segundo os pesquisadores, são consideradas “leves e moderadas”.

Idosos de 65 a 85 anos também participam do estudo, mas os resultados dos testes neste grupo etário ainda não foram divulgados.

Nas próximas fases, os pesquisadores querem dar prioridade à inscrição de populações mais diversas (37 dos 45 participantes das primeiras etapas eram brancos) e incluir ainda pacientes com doenças crônicas, mais vulneráveis à infecção.

“Apesar de nossa população de adultos saudáveis de 55 anos ou menos ser apropriada para um estudo de fase 1 e 2, ela não reflete com precisão a população de maior risco para a Covid-19”, escreveram os autores.

A vacina é feita a partir do RNA do vírus, que induz a formação de uma proteína similar a uma produzida pelo SarsCov-2. Isso induz o sistema imunológico a produzir anticorpos capaz de reconhecer o vírus no momento de uma infecção real.

Pelo menos 160 substâncias candidatas a vacina estão sendo desenvolvidas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Seis delas estão em fase 3, a mais avançada dos testes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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