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Brasil

Traficante do Complexo da Maré ganha direito a prisão domiciliar

A saída de Odir da Vila do João deixa um alerta para a população e para as autoridades. Hoje, a Vila é comandada por uma quadrilha rival

Redação Jornal de Brasília

03/11/2020 7h58

O traficante Odir dos Santos, conhecido como Odir da Vila do João, de 54 anos, ganhou o benefício da prisão domiciliar e deixará a prisão após 12 anos. Ele estava em regime semiaberto desde 2016, mas não tinha autorização para deixar o presídio para trabalhar ou visitar a família.

Odir participou de batalhas pelo comando das favelas do Complexo da Maré nos anos 1990, é integrante de facção criminosa e já foi chefe do tráfico de drogas na Vila do João. A saída de Odir da cadeia deixa um alerta para a população e para as autoridades. Hoje, a Vila é comandada por uma quadrilha rival.

A Vara de Execuções Penais decidiu que o traficante preenche os requisitos para obter o benefício. Odir não cometeu delitos enquanto esteve preso, fez atividades educacionais e se comportou de forma excepcional, avalia o órgão. A VEP determinou que Odir será monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele deve ficar em casa das 22h às 6h e também nos fins de semana.

O Ministério Público é contra a decisão e já entrou com recurso. “Não restou demonstrado, ao longo do cumprimento de pena, que Odir poderá se adequar com senso de responsabilidade ao cumprimento de pena em regime aberto”, avalia o MP.

49 anos de prisão

Odir foi condenado a 49 anos de prisão por crimes como homicídio e formação de quadrilha. No ano passado, a VEP chegou a autorizar que o traficante saísse para as Visitas Periódicas ao Lar, mas acabou voltando atrás após um pedido de reconsideração do Ministério Público.

Uma das alegações do MP para recorrer da decisão foi o fato de que em 2008 Odir ganhou autorização para trabalhar fora do presídio e não retornou após uma das saídas. Na época, ele ficou quatro meses foragido até ser novamente recapturado. As investigações da polícia apontaram que o criminoso tinha recebido ordens de sua facção criminosa para invadir as favelas da Maré, controladas por quadrilhas rivais.

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