Willian Matos
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De acordo com uma primeira análise da perícia, William Augusto Nascimento, de 20 anos, responsável pelo sequestro a um ônibus na Ponte Rio-Niterói na última terça-feira (20), morreu com seis perfurações. Ele foi alvo de um atirador de elite (sniper).
Não é possível dizer, contudo, que as seis perfurações foram ocorridas por seis tiros. Isso porque um único disparo pode ter causado mais de um ferimento se tiver entrado e saído do corpo. A perícia segue e, posteriormente, deve responder todas as questões.
William apresentou ferimentos no antebraço direito, na perna esquerda, no braço esquerdo e dois no tórax. Ele foi baleado às 9h04, após sair do ônibus no qual mantinha 37 reféns para jogar uma jaqueta para fora. O vídeo abaixo relembra a ação:
O caso
Por volta de 5h10, William subiu no ônibus da empresa Galo Branco, que fazia o trajeto São Gonçalo/Estácio, no Rio de Janeiro. Ele anunciou o sequestro às 5h26.
Com uma arma falsa, o sequestrador intimidava os passageiros e ameaçava incendiar um ônibus. Ele tinha gasolina consigo.
Desorientado, segundo a PM, William dizia que queria R$ 30 mil, falava em fazer história e disse ser policial militar, mas a informação não confere. O jovem de 20 anos, na verdade, trabalhava como vigilante.
Durante a ação, que durou de três a quatro horas, William lançou um coquetel molotov para fora do ônibus, pendurou pedaços de garrafa pet no teto do ônibus e despejou gasolina no recipiente e saiu do veículo duas vezes para verificar a ação da polícia do lado de fora, até que morreu às 9h04.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi ao local após a ação dos militares. Ele desceu do helicóptero comemorando a ação, de braços para cima e com punhos serrados, como quem vibra com um gol no futebol. Depois, aos repórteres do local, ele lamentou que a ação tenha terminado na morte de William.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) também se pronunciou sobre a ação que mobilizou a imprensa de todo o país durante a manhã de terça (20).