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Brasil

Rodovias do litoral têm bloqueios e dez cidades paulistas fecham acessos

Além do governo de São Paulo fechar fronteiras, autoridades paraguaias autorizam ‘trincheira’ na fronteira seca com Brasil

Redação Jornal de Brasília

21/03/2020 17h31

Foto: Divulgação/PRF

As três principais rodovias de acesso ao litoral norte do Estado de São Paulo tiveram bloqueios da Polícia Rodoviária Estadual, na manhã deste sábado (21), para impedir a passagem de turistas em direção às praias. As blitzes aconteciam nas rodovias Rio-Santos, Tamoios e Oswaldo Cruz. Só veículos de emergência, prestadores de serviços essenciais e moradores de cidades da região, como São Sebastião, Ubatuba e Caraguatatuba, eram liberados para seguir viagem. Carros com turistas eram obrigados a fazer o retorno.

Os bloqueios, que são temporários, foram determinados pela Justiça, a pedido do Ministério Público estadual, após a decretação de estado de emergência na região por causa do coronavírus. No litoral sul, os acessos a Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe pela rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) foram bloqueados com barreiras de concreto. A passagem, controlada pela Polícia Rodoviária e por guardas municipais, era liberada apenas para moradores locais. Todas as praias em nove municípios da região estão interditadas para moradores e visitantes.

No litoral e no interior paulista outras sete cidades estavam com acessos bloqueados pelas prefeituras para pessoas de fora, na manhã deste sábado, com o pretexto de evitar a entrada do coronavírus. Em Ilhabela, litoral norte, a prefeitura ampliou as restrições de acesso por meio das balsas também para moradores locais e de São Sebastião. Saída ou entrada da ilha devem ser requeridas com uma hora de antecedência, com justificativa do motivo. A entrada de turistas já estava proibida desde o início da semana.

No interior, a prefeitura de Itatiba determinou a instalação de 22 barreiras de concreto nos acessos à cidade. Em nove barreiras, estavam sendo usados termômetros infravermelhos para detectar pessoas com sintomas do coronavírus. Pessoas com temperatura acima de 37,8 graus tinham o acesso negado ou eram colocadas em quarentena. Carros de som circulam pela cidade pedindo aos moradores que ficassem em casa. Os hotéis, vazios, ofereceram quartos para abrigar pessoas em quarentena.

Em Itariri e Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira, os acessos estavam bloqueados por equipes municipais de fiscalização de trânsito. Só passavam pela “peneira” carros com moradores das localidades e veículos de emergência e prestação de serviços essenciais.

A prefeitura de Itápolis proibiu entrada, saída e permanência de ônibus e vans de excursão e também bloqueou os acessos. Policiais militares e guardas civis só permitiam a entrada de moradores locais. Desde a manhã deste sábado, moradores que retornavam de outras cidades eram colocados em quarentena, com o acompanhamento de fiscais da saúde.

Em Miguelópolis, os três acessos à cidade foram bloqueados com cones e os turistas são impedidos de passar. A prefeitura fechou a praia fluvial, as marinas do Rio Grande e ‘convidou’ os turistas a deixarem a cidade, sob pena de multa de R$ 1,2 mil.

Em Santo Antônio do Pinhal, além de restringir o acesso de visitantes, a prefeitura mandou retirar todos os bancos das praças da cidade. Conforme a administração, a medida foi tomada para evitar a aglomeração de pessoas, principalmente aposentados e idosos, que costumam se reunir em grupos nessas praças, agravando o risco de transmissão de coronavírus.

Autoridades paraguaias autorizam ‘trincheira’ na fronteira seca com Brasil

O governo do Paraguai autorizou a instalação de barreiras físicas na fronteira seca com o Brasil para barrar a passagem de pessoas e veículos por causa do coronavírus. O país registrou a primeira morte pelo vírus nesta sexta-feira (20). Em Ypehú, cidade vizinha à brasileira Paranhos, em Mato Grosso do Sul, máquinas retroescavadeira abriram uma espécie de trincheira no lado paraguaio da linha internacional. A abertura da vala que impede o trânsito entre as duas cidades teve a concordância do prefeito de Paranhos, Dirceu Bettoni (PSDB). “É uma situação de emergência sanitária e, do lado brasileiro, infelizmente não houve fechamento da fronteira.”

Em Sete Quedas (MS), separada da paraguaia Pindoty Porã por uma avenida asfaltada, os acessos foram bloqueados pelo exército paraguaio, segundo o prefeito Chico Pirolli (PSDB). “Como aqui não dá para fazer trincheira, as tropas deles fizeram barreiras e ninguém passa, mas é difícil controlar tudo, pois só em nosso município a fronteira seca tem 180 quilômetros.” Segundo ele, no lado paraguaio todo o comércio está fechado e vigora o toque de recolher mesmo durante o dia. Só postos de gasolina, farmácias e mercados autorizados abrem das 9 às 14 horas.

Em Capitán Bado, os acessos para Coronel Sapucaia (MS) estão interditados por militares paraguaios armados. Há barreira com militares também na Ponte Internacional da Amizade, entre a paraguaia Bella Vista Norte e a brasileira Bela Vista (MS). A prefeitura de Ponta Porã (MS), que é ligada à paraguaia Pedro Juan Caballero, suspendeu na sexta-feira (20), o funcionamento do comércio em geral, liberando o atendimento local de restaurantes, bares e lanchonetes, e autorizando apenas retiradas e entregas em domicílio. Casas de shows, academias, parques, museus, igrejas e clubes foram fechados.

Estadão Conteúdo

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