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Brasil

Rede de lojas Ricardo Eletro sonegava impostos há ao menos 10 anos, diz MP

A apuração aponta que o Governo de Minas Gerais perdeu 380 milhões de arrecadação com as irregularidades cometidas pelo grupo empresarial

Redação Jornal de Brasília

08/07/2020 15h32

Nessa quinta-feira (8), uma força-tarefa prendeu o fundador da rede de lojas Ricardo Eletro. De acordo com as investigações, há registros de sonegação de impostos por parte do grupo empresarial em Minas Gerais. Os empresários sonegavam as taxas há, ao menos, 10 anos. 

A apuração aponta que o Governo de Minas Gerais perdeu 380 milhões de arrecadação com as irregularidades cometidas pelo grupo empresarial. Os crimes também podem ter ocorrido em outros estados, segundo informações do promotor de Justiça Fábio Reis.

“Após a operação, eu recebi ligações de promotores da Paraíba, Rio de Janeiro, Goiás e Bahia pedindo para compartilharmos as provas porque o grupo empresarial também é detentor de dívidas nestes Estados”, contou o promotor. 

De acordo com Fábio Reis, a empresa, quando questionada pelo governo, negociava os valores, mas não finalizava os pagamentos. “A rede mantinha o Estado em “banho-maria”, falando que tinha interesse em negociar, mas não fazia propostas ou assinava o termo de parcelamento, pagava duas parcelas e ficava inadimplente novamente”, afirmou. 

A suspeita da polícia e do delegado Vitor Abdala é que o valor não pago ao estado era direcionada para compras de empresas e imóveis no nome de familiares de Ricardo Nunes, fundador da rede. Sua filha também foi presa nesta manhã por ter posse de uma das empresas investigadas. 

Para o portal R7, a Ricardo Eletro destacou que as fraudes apuradas teriam ocorrido na gestão de Nunes, que já não seria mais sócio da empresa.

Confira a nota de esclarecimento da empresa:

“A Ricardo Eletro informa que Ricardo Nunes e/ou familiares não fazem parte do seu quadro de acionistas e nem mesmo da administração da companhia desde 2019. A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam a companhia desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça, em 2019.

Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje (08/07) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, faz parte de processos anteriores a gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia.

Em relação à dívida com o Estado de MG, a Ricardo Eletro reconhece parcialmente as dívidas e, antes da pandemia, estava em discussão avançada com o Estado para pagamento dos tributos passados, em consonância com as leis estaduais.

A Ricardo Eletro se coloca à disposição para colaborar integralmente com as investigações.”

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