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Brasil

Reconstrução de Angra 3 servirá de modelo para novas usinas

O modelo de reconstrução deverá ser definido ainda em julho, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque

Aline Rocha

05/07/2019 16h24

Obras da Usina nuclear de Angra 3

Da Redação
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Nesta sexta-feira (5) o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltou a afirmar que o modelo de parceria com o setor privado para retomar a construção da usina nuclear de Angra 3 será definido ainda em julho. De acordo com ele, o modelo deverá ser aproveitado na construção de outros projetos de usinas nucleares no Brasil.

O planejamento energético brasileiro prevê que sejam construídos mais 4 gigawatts de capacidade instalada para geração de energia elétrica por usinas nucleares, possibilitando que esse montante aumente na próxima revisão anual do planejamento, previsto para ser divulgado em 10 de dezembro deste ano.

“Acredito que o modelo que estamos em fase final de elaboração para a conclusão de Angra 3 será muito importante para, independentemente daquilo que o plano nacional de energia apontar, dar viabilidade de novas usinas nucleares para o país nos próximos anos”, disse o ministro, em almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Após a definição do modelo, o Ministério de Minas Energia prevê que o edital para encontrar um parceiro para Angra 3 será publicado até o fim do ano, de modo que a assinatura do contrato e a retomada das obras possa se dar no segundo semestre de 2020. Angra 3 deve começar a gerar energia em caráter de teste em 2025 e, em janeiro de 2026, começará sua operação comercial, quando de fato fornecerá energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional.

Mais de 60% da Usina de Angra 3 já foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra, no entanto, faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado, que será selecionado a partir da definição do modelo. O valor pode variar de acordo com o câmbio, porque cerca de 30% dos investimentos são em moeda estrangeira.

A Eletronuclear calcula ainda que o custo de não concluir Angra 3 seria de mais de R$ 10 bilhões, contando o pagamento de financiamentos, encerramento de contratos e limpeza da área das obras.

Mineração de urânio

O governo avalia também a participação da iniciativa privada na mineração de urânio no Brasil. O ministro destacou que é preciso retomar a exploração desse minério no país, e a forma de reativar o setor está sendo estudada e deve ter resultados apresentados já nos próximos meses. A atuação da iniciativa privada, defendeu o ministro, deve se dar “de forma controlada e fiscalizada e em parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil”.

A produção de combustível para as usinas nucleares a partir do urânio, entretanto, vai continuar sendo monopólio da INB, conforme definido pela Constituição.

“Na questão de combustível propriamente dita, hoje a Indústrias Nucleares do Brasil perdeu ou está perdendo a sua capacidade de investimento. Por ser dependente e pelas contas públicas estarem da forma como se encontram, é impossível haver aportes de recursos para aqueles investimentos que a empresa têm no seu planejamento, inclusive para atender a necessidade total de Angra 1 e Angra 2”.

 

Com informações de Agência Brasil

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