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Brasil

PM suspeito de envolvimento em morte de garoto alega inocência, afirma defesa

O adolescente foi levado de frente da casa da avó materna, na madrugada de domingo (14), em Americanópolis (zona sul da capital paulista), e encontrado morto com um tiro na cabeça, no mesmo dia

Redação Jornal de Brasília

18/06/2020 14h41

Alfredo Henrique
São Paulo, SP

O sargento da Polícia Militar suspeito de envolvimento na morte de Guilherme Silva Guedes, 15, alega inocência, segundo advogados que defendem o policial. O adolescente foi levado de frente da casa da avó materna, na madrugada de domingo (14), em Americanópolis (zona sul da capital paulista), e encontrado morto com um tiro na cabeça, no mesmo dia, perto de um terreno em Diadema (ABC).

O PM Adriano Fernandes de Campos, 41, foi preso nesta quarta-feira (17), em cumprimento a um mandado de prisão temporária de 30 dias, expedido pela Justiça a pedido do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

Segundo o advogado Renato Soares do Nascimento, o sargento “é inocente”. “Houve a morte de um jovem de 15 anos, que ensejou protestos. A suspeita [de que o sargento tenha participado do crime] veio da mídia, falando que ele teria participado da morte do jovem”, afirmou Nascimento, que faz a defesa do PM junto com o advogado Mauro Ribas.

Sobre o fato de Campos aparecer em imagens de câmeras de monitoramento, perto do local onde Guedes foi abordado por dois suspeitos, antes de ser encontrado morto, o defensor afirmou que “todos os fatos serão esclarecidos no transcorrer das investigações.”

Nascimento acrescentou que ainda precisa ler o inquérito policial, ao qual ainda não teve acesso, para entender quais são as suspeitas da Polícia Civil contra o seu cliente. “Sei que o inquérito está em um estágio avançado, mas não tenho conhecimento das provas produzidas para o pedido de prisão. De antemão, digo que o sargento é inocente. Ele não tem participação na morte do menino”, garantiu.

O advogado afirmou pretender ir ainda nesta quinta-feira (18) ao DHPP para ter acesso ao inquérito.

Antes da decretação da prisão, segundo afirmado na quarta (17) pelo diretor do DHPP, o delegado Fábio Pinheiro, o sargento Adriano Fernandes de Campos se apresentou à Corregedoria da PM, que também investiga o caso. O policial ingressou na corporação em 9 de agosto de 1999. Ele não havia sido suspeito de nenhum outro crime, segundo apurado pelo Agora.

OUTRO SUSPEITO

Um outro policial militar, um soldado chamado Paulo, também é investigado pela morte do garoto. No local do crime foi encontrada uma tarjeta da PM com o nome Paulo. “As investigações estão em andamento. Há indícios fortes da participação do PM no caso”, disse o delegado Marcelo Jacobucci, da Divisão de Homicídios do DHPP. Segundo ele, a investigação já chegou no segundo autor do crime, mas ele afirma preferir não dar detalhes para não atrapalhar as investigações.

Segundo o delegado Jacobucci, há provas materiais contra o sargento. “Existem imagens de câmera e exames periciais. No vídeo, os dois autores são visíveis. Trabalhamos com a suposição de um terceiro autor. Essa é a linha de investigação que seguimos”, afirmou na quarta (17).

O delegado também confirmou que o corpo do adolescente tinha marcas de tiro em uma das mãos, o que indica que Guilherme tentou se defender ao ser alvejado.

A morte do garoto provocou dois dias de protestos em Americanópolis, com ônibus queimados e vandalizados, um comércio foi furtado.

Vídeos com imagens de policiais militares agredindo moradores da Vila Clara, que fica na região, foram divulgados em redes sociais. Segundo pessoas que moram no bairro, as imagens foram gravadas na noite de segunda-feira, após a primeira onda de protestos.

OUTRO LADO

Questionada sobre a detenção do sargento, a Polícia Militar não respondeu até a conclusão desta reportagem. O policial está preso no presídio militar Romão Gomes.

Na terça (16), a PM disse já ter instaurado um Inquérito Policial Militar para identificar os policiais que aparecem em vídeos com agressões a moradores.

A Secretaria da Segurança Pública, gestão João Doria (PSDB), afirmou que as circunstâncias da morte de Guilherme Silva Guedes, 15 anos, estão investigadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e pela Corregedoria da PM.

As informações são da FolhaPress

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