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Brasil

PM de Goiás confirma vistoria em ateliê que fez faixa contra Bolsonaro, mas nega intimidação

A PM, contudo, nega a intimidação e afirma que não houve qualquer tipo de censura ao protesto

Redação Jornal de Brasília

31/08/2020 16h51

Foto: Banco de imagens

João Pedro Pitombo
Salvador, BA

A Polícia Militar de Goiás confirmou que esteve noite de sexta-feira (28) no ateliê em Caldas Novas (170 km de Goiânia) onde foram confeccionadas faixas para um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O jornal Folha de S.Paulo revelou neste sábado (29) que duas pessoas envolvidas na confecção das faixas contra Bolsonaro foram intimidadas pela PM na véspera da visita do presidente, que foi à cidade para inaugurar uma usina fotovoltaica.

A PM, contudo, nega a intimidação e afirma que não houve qualquer tipo de censura ao protesto.

Em nota enviada à reportagem nesta segunda-feira (31), a PM informou que recebeu uma denúncia informando que o grupo de manifestantes pretendia fixar as faixas na área interna do aeroporto da cidade, o que não é permitido pelas normas de segurança do local.

A polícia informou que foi ao ateliê averiguar a denúncia e que orientou os manifestantes que não colocassem faixas na cabeceira da pista do aeroporto por medida de segurança, “uma vez que poderia provocar grave acidente”.

A PM ainda afirma que “não cerceou o direito à livre manifestação” durante a visita do presidente a Caldas Novas.

“A PMGO reconhece e apoia o direito da livre manifestação, mas destaca a necessidade de obedecer aos protocolos de segurança estabelecidos para garantir a proteção de toda população”, informou.

O protesto contra Jair Bolsonaro foi organizado em redes sociais por um grupo de moradores da cidade. Uma das faixas questionava o porquê de Fabrício Queiroz e a mulher dele terem depositado R$ 89 mil na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Diante da mobilização em torno do protesto, dois policiais, um deles identificado apenas como tenente Alexandre, foram ao ateliê onde eram confeccionadas as faixas, no bairro Olegário.

Em seguida, os policiais obrigaram o proprietário do estabelecimento a entrar na viatura e ir até a casa do pintor Salmeron de Oliveira, de 51, que havia confeccionado as faixas.

Com o proprietário do estabelecimento dentro do carro, a polícia ficou parada na porta da casa de Oliveira por mais de uma hora. “Os policiais ficaram na porta da minha casa com giroflex ligado, tentando intimidar”, afirmou Oliveira.

Os PMs só foram embora depois de pressionar Oliveira a ligar para o organizador do protesto, Andreazza Joseph Gomes, 37. Na ligação, a polícia pediu o endereço de Gomes, mas desistiu de ir até o local.

No sábado, as faixas foram estendidas pelos manifestantes nas proximidades do aeroporto de Caldas Novas, mas não houve incidentes.

No último domingo (23), durante uma visita de cinco minutos a ambulantes da Catedral de Brasília, um repórter do jornal O Globo questionou o presidente sobre os motivos para Queiroz e sua mulher terem repassado esse valor para a conta de Michelle.

Após a insistência do repórter, sem olhar diretamente para ele, afirmou: “A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?”.

Amigo do presidente há 30 anos, Queiroz atuou como assessor de Flávio na Assembleia, quando o filho do presidente era deputado estadual. Queiroz está em prisão domiciliar e, assim como Flávio, é investigado sob suspeita dos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

As informações são da FolhaPress

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