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Brasil

PF faz operação contra grupo em SP que facilitava imigração ilegal para os EUA

A investigação da PF apontou que o grupo providenciava solicitações de refúgio ou documentos de viagem falsos (passaportes, vistos)

Lindauro Gomes

31/10/2019 10h22

A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (31) duas operações contra o contrabando de migrantes e lavagem de dinheiro em São Paulo.
São cumpridos oito mandados de prisão e 18 mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo e em Embu das Artes (SP), Taboão da Serra (SP) e Garibaldi (RS). Também houve o bloqueio de 42 contas bancárias.

As operações foram batizadas de Estação Brás, em referência ao bairro de São Paulo onde os líderes do grupo atuam, e Bengal Tiger, em referência à origem de parte dos migrantes, vindos da Ásia.

Os inquéritos foram iniciados em maio de 2018, após cooperação com o ICE, órgão responsável pelo controle de fronteiras dos EUA. A PF foi informada que estrangeiros residentes em São Paulo estariam liderando uma organização criminosa que atuava na imigração ilegal de pessoas para os EUA.

A investigação da PF apontou que o grupo providenciava solicitações de refúgio ou documentos de viagem falsos (passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos) a migrantes oriundos de países como Afeganistão, Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão.

Com esses documentos, os migrantes viajavam de avião até o aeroporto de Guarulhos (SP). Após serem recebidos pela organização criminosa, seguiam para Rio Branco, no Acre, onde atravessavam a fronteira com o Peru e prosseguiam por via terrestre até a fronteira do México com os EUA.

Segundo a PF, os indícios apontam que os contrabandistas identificados em São Paulo centralizavam e detinham o pleno domínio de toda a rota clandestina, por meio do contato com outros associados em todos os países e continentes.

A deflagração das operações ocorre simultaneamente em 20 países da América do Sul e Central, ao longo da rota clandestina de migração, com a intensificação do controle migratório ao longo da rota percorrida pelos contrabandeados.

Constatou-se, ainda, que durante o tempo em que permaneceram em São Paulo, os migrantes sofriam maus-tratos, como cárcere privado e agressões físicas e psicológicas.

A organização criminosa também foi responsável pela migração ilegal de oito bengaleses que, em junho, foram sequestrados por cartéis de drogas mexicanos, na cidade de Nuevo Laredo, na fronteira do México com os Estados Unidos.

O grupo movimentou no Brasil ao menos US$ 10 milhões, entre os anos de 2014 e 2019, que passaram por diversas técnicas de lavagem de dinheiro.
Os investigados responderão pelos crimes de contrabando de migrantes, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 3 a 10 anos de prisão, além de outros delitos.

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