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Brasil

Pesquisadores apontam que combate às notícias falsas depende dos mais jovens

De acordo com secretário-geral da Federação Europeia de Jornalistas, que esteve em Brasília para palestra a universitários, o cenário atual das fake News é superável

Agência UniCeub

17/05/2019 12h43

Manipulação de dados e notícias falsas põem internet em xeque A legislação brasileira avançou bastante com o Marco Civil da Internet (Lei 12.965, de 2014 ), que prevê punição para a divulgação de notícias falsas. No Brasil, os crimes cometidos na internet são puníveis de acordo com leis que modificaram o Código Penal. É o caso da Lei 12.737, de 2012, em que invadir dispositivo com o fim de obter, adulterar ou destruir dados é um delito que pode levar a detenção de três meses a um ano e multa. Em 6 de dezembro, a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado, discutiu o projeto do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que propõe ?a suspensão do funcionamento ou o bloqueio de acesso de aplicação de internet que incentive ou promova a prática de crime? (PLS 169/2017). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Pesquisadores em comunicação social entendem que combater as fake news (notícias falsas) deve partir de jovens, nativos digitais, que sabem melhor como a difusão acelerada desse tipo de conteúdo pode reverberar pelas redes digitais e na vida off-line. De acordo com Ricardo Gutierrez, secretário-geral da Federação Europeia de Jornalistas (EFJ), o cenário atual das Fake News é superável. 

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Ele, que esteve em Brasília para uma palestra para universitários, acredita que os jovens podem ser a solução para evitar que as notícias falsas sejam disseminadas na internet. “Se os mais velhos são acusados de compartilhar notícias falsas, os adolescentes podem ser mais inteligentes que seus pais para detectar o que é verdade ou mentira”.

Para Gutierrez, a mídia tradicional apresenta problemas para entender a linguagem dos jovens. Na análise dele, é preciso se adaptar aos leitores mais novos. Porém, mesmo com as divergências, a Agência  Reuters registrou que os jovens são maioria nas novas procuras por assinaturas de jornais na Europa. Na Espanha, o jornal  Maldita.es faz checagens de notícias, o jornalista responsável pelo projeto, Andrés Jiménez, defende que a checagem o modelo de checagem sem financiamento. “É a melhor solução para a integridade do assunto”.No Brasil, existem mais de dez agências de checagem, a maioria delas são vinculadas a jornais.

A Universidade de Princeton de Nova York publicou um estudo na revista científica Science neste ano mostrando que pessoas com mais de 65 anos são as que mais compartilham Fake News .

 “Pensamento crítico”

Para Hilda Hardeman, chefe do Serviço da Comissão Europeia para o Instrumento de Política Externa (FPI) da UE, as plataformas onlines são uma forma de empoderar a informação e ao mesmo tempo destruí-la, mas uma análise séria dos fatos pode livrar as pessoas das Fake News. “O pensamento crítico é uma das ferramentas mais valiosas que o ser humano tem, nós precisamos usá-lo nessas situações”, afirmou em palestra em Brasília.

Discutir sobre Fake News e suas consequências se tornou frequente também no âmbito acadêmicos.  De acordo com o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas Para o Acesso à Informação (Gpopai) da Universidade de São Paulo (USP), 12 milhões de notícias compartilhadas em 2018 eram Fake News.

O coordenador do curso de jornalismo do UniCEUB, Henrique Moreira, defendeu que as notícias falsas não são novidades no meio jornalístico, e que definir o que é verdadeiro ou falso se tornou uma estratégia política. “As notícias falsas hoje tem um objetivo político, e não é fácil combatê-las sem atingir a liberdade de expressão”. 

Por Marília Sena

Foto: Agência Senado / Divulgação

Jornal de Brasília / Agência de Notícias UniCEUB

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