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Brasil

Pela dimensão da Amazônia, fiscalização não será a melhor do mundo, diz ministra

“Olha o tamanho da Amazônia, é como se tivessem 48 países da Europa na nossa região amazônica”, comentou a ministra Tereza Cristina

Aline Rocha

26/08/2019 14h23

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por causa das proporções gigantescas da Amazônia, o Brasil não terá condições de ter o melhor sistema de fiscalização do mundo, disse a ministra Tereza Cristina. “O Brasil está trabalhando e vai trabalhar para fazer uma fiscalização cada vez melhor. Não será a melhor do mundo pelas dimensões”, disse ela em São Paulo, ao ser questionada sobre a preocupação do setor do agronegócio com as queimadas. “Olha o tamanho da Amazônia, é como se tivessem 48 países da Europa na nossa região amazônica”, comentou.

Por isso, ainda de acordo com a ministra, o Ministério do Meio Ambiente não consegue fazer toda a fiscalização das áreas sozinho – é necessária a colaboração dos Estados e das Forças Armadas. “Agora, as Forças Armadas vão poder nos ajudar com isso de maneira efetiva. E São Pedro está ajudando, porque deve chover em breve”, disse.

Tereza Cristina afirmou que o Ministério da Agricultura deve fazer campanhas para que produtores rurais usem formas alternativas à queimada para abrir espaço no território. “Queimadas acontecem às vezes como ferramenta agrícola, principalmente por pequenos produtores rurais”, afirmou. “O Ministério da Agricultura vai fazer campanha de utilização de outras metodologias para fazer abertura de áreas.”

A Nasa e o Instituto de Pesquisa Amazônica (IPAM) afirmam que o aumento nos focos de incêndio nos últimos meses está mais ligado ao desmatamento do que a atividades que não desmatam. A ministra destacou que, além do aumento da fiscalização, é preciso avançar em áreas como regularização fundiária e crédito para o produtor. “Quando não se tem o título da área, nem sequer sabemos quem responsabilizar.”

Segundo a ministra, o ministro da Agricultura do Japão, Takamori Yoshikawa, com quem ela se reuniu nesta segunda-feira, não mencionou a ocorrência de queimadas no Brasil.

Perguntada sobre o anúncio de ajuda dos países do G-7, feito nesta segunda-feira, ela afirmou que toda a ajuda é bem-vinda, mas que se deve analisar como utilizar os recursos. “Reflorestamento, por exemplo, não é tanto o caso para o Brasil. Temos 66% de nossa vegetação nativa preservada. Então, basta, em alguns lugares, deixar que a floresta se regenere.”

Ela ressaltou que é necessário, também ajudar os moradores da região. “Vinte milhões de pessoas vivem lá. Para preservar, precisa dar condições de as pessoas terem seus negócios, viverem de maneira digna.”

 

Estadão Conteúdo

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