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Brasil

Novembro Azul: câncer de próstata causa uma morte a cada 38 minutos

Todos os homens a partir dos 45 anos devem fazer acompanhamento médico anualmente

Willian Matos

17/11/2019 9h25

Da redação
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Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) sobre o câncer de próstata revelam um quadro preocupante: até o final do ano estima-se que o biênio 2018-2019 terá 68.220 novos casos da doença. Tal número corresponde a sete casos a cada hora, somando 31,7% dos diagnósticos de todos os tipos da doença registrados no país, fazendo deste o mais incidente entre os homens depois do carcinoma de pele não-melanoma. No âmbito mundial, a tendência é igualmente inquietante, sendo este responsável por 4% das mortes somados todos os tipos de tumores segundo a Globocan 2018.

Pessoas que estejam na faixa de risco, composta por homens acima de 50 anos, com histórico familiar, precisam discutir com seu médico sobre o rastreamento e os exames necessários. Mas, em geral, todos os homens a partir dos 45 anos devem fazer acompanhamento anual.

De acordo com o oncologista do Instituto OncoVida/Oncoclinicas, Nilson Correia, o motivo da incidência do câncer de próstata ser tão elevada não é bem esclarecida, mas há algumas razões que contribuem para um maior número de diagnósticos aparecerem. “Fatores como obesidade, dieta hiperproteica e hipercalórica estão relacionadas com um maior número de casos”, afirma o médico.

O especialista explica ainda que o aparecimento dos sintomas da doença podem surgir, em alguns casos, somente quando o tumor já está em estágios mais avançados. “O problema é que na maioria dos casos é assintomático, só manifesta sintomas quando está em uma fase mais avançada e os sintomas são semelhantes às doenças benignas da próstata, como por exemplo o aumento da frequência urinária, acordar noite várias vezes para ir ao banheiro (nictúria), infecção urinária de repetição e eventualmente sangramento na urina”, ressalta o oncologista.

Um dos principais obstáculos na prevenção e detecção desse tumor, e outros que afetam apenas a população do gênero masculino, é exatamente a falta de informação. Uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), encomendada pelo Datafolha, indicou que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal “não é coisa de homem”. Considerando aqueles com mais de 60 anos (grupo de risco), 38% disseram não achar o procedimento relevante. Outro dado do IBGE mostrou que aproximadamente 5,7 milhões de homens de 50 anos ou mais realizaram exame físico ou de toque retal nos 12 meses anteriores à pesquisa, equivalendo a apenas 25% dessa faixa de idade.

Incentivo à vida saudável

Uma revisão sistemática e meta-análise de pesquisadores chineses chegou a um quadro mais transparente de que há uma associação – ainda que pequena – entre atividade física e a diminuição de chances de aparecer câncer de próstata. Ainda que tal estudo não envolva os outros tumores citados anteriormente, o INCA e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina de vida saudável, alimentação balanceada e outros pode ajudar na prevenção de diversos tipos de carcinomas. A relação mais importante, porém, relacionada aos homens parece ser diagnóstico precoce e o autocuidado proativo e preventivo, algo que não é comum no público masculino, tradicionalmente reticente e orgulhoso para procurar atendimento especializado e compartilhar suas fragilidades

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