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Brasil

Médicos do AM relatam “nova covid” no estado

“Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos”, relata um profissional

Redação Jornal de Brasília

19/01/2021 13h13

Foto: Divulgação

Profissionais de saúde do Amazonas que estão na linha de frente do combate ao coronavírus relatam algo de diferente nos novos casos da doença. Esta onda estaria formando infecções mais graves e letais entre jovens.

Ao portal UOL, um infectologista diz que “algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus”. “Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos”, conta Noaldo Lucena, que também é pesquisador.

Segundo Lucena, essa mudança vai além da maior contagiosidade da nova variante do vírus já vista em alguns países. “Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez”, relata.

“Neste ano, eu já vi mais 150 pessoas aqui na clínica e mais 300 no serviço público. Digo que menos de 2% deles tinham comprometimento leve. Os demais eram comprometidos acima de 50%. Alguns com 70%, 80%, 90%, com necessidade de internação imediata e até suporte ventilatório.”

Outra questão relatada é a mortalidade de pessoas mais jovens. “”Sem dúvida muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes mesmo sem comorbidade”, aponta a infectologista Silvia Leopoldina, também ao portal UOL.

Força Nacional sabia

Convocada pelo ministro da Saúde para atuar em Manaus, a Força Nacional do SUS detectou a crise do oxigênio na cidade, constatando em relatórios oficiais o problema de fornecimento. O colapso foi previsto em documentos divulgados nos dias 8, 9, 11, 12 e 13 de janeiro deste ano.

Nos relatórios está explícito a data em que o oxigênio foi para a reserva nos hospitais, a prática dos médicos em não medir a saturação dos pacientes e a proibição de abertura de novos leitos por falta de insumos suficientes, segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo.

“Prioridade ZERO do Estado do Amazonas é a falta de oxigênio. Nível muito crítico”, apontam os técnicos no relatório. “O colapso vai acontecer na madrugada de hoje. Não existe O2 para repor durante a madrugada. Todas as médias de projeção foram quebradas hoje durante o dia”, registra o relatório da Força Nacional do SUS. E assim ocorreu, a partir da madrugada do dia 14.

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