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Brasil

Manifestações contra cortes na educação ocorreram em 116 cidades, 22 estados e no DF

São Paulo teve menor adesão

Redação Jornal de Brasília

30/05/2019 20h51

Atualizada 31/05/2019 1h18

Manifestação – Entidades estudantis, professores e estudantes realizam novos protestos contra os cortes na Educação pública. Este é o segundo dia de protestos pelo país contra os cortes anunciados pelo governo federal para o setor. rrCartaz diz: ” Se você acha que educação é cara experimente a ignorância”.rrFoto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Da Redação
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A manifestação contra os cortes na Educação realizada no Largo da Batata, em São Paulo, nesta quinta-feira (30) reuniu um número menor de pessoas em relação ao ato do dia 15. Os protestos não contaram com a participação formal dos partidos de oposição, mas foram convocados por entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

Os manifestantes ocuparam parte do Largo da Batata e pelo menos uma quadra da Avenida Faria Lima até às 18h30 desta quinta-feira Os organizadores calculam presença de 60 mil pessoas no ato. “A gente avalia que a manifestação do dia 26 (pró-governo) foi significativa, mas não queremos comparar os dias 15, 26 e 30. São propostas diferentes. Não queremos briga de torcida”, afirma a presidente da UNE, a estudante Marianna Dias.

Segundo ela, a manifestação de hoje foi “tão vitoriosa” quanto a do dia 15. A presidente da UNE disse, ainda, que o mote “Fora (Jair) Bolsonaro” por ora está fora de cogitação e o “Lula Livre” não é o centro da manifestação.

A adesão menor em relação à manifestação anterior já era esperada pelos organizadores, segundo revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quinta-feira. Entre os manifestantes, muitos usavam camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a inscrição “Lula Livre”, mas esse tema ficou fora da maioria dos discursos.

‘Como podem cortar mais verba’, afirma estudante

Estudante de Fonoaudiologia, na Unifesp, Isabella Guedes, de 19 anos, disse ter vindo à manifestação por ter medo de não concluir a graduação que iniciou neste ano com o congelamento do orçamento da Universidade. “Já faltam coisas básicas no campus, de materiais a professores. Como podem cortar ainda mais verba?”, questiona.

As irmãs Sarah e Grace Yitzhak, de 23 e 24 anos, vieram juntas ao protesto porque mesmo em momentos diferentes da vida escolar, ambas temem que a política atual para a Educação as impeça de estudar. Sarah estuda para fazer o Enem no fim do ano e quer cursar Filosofia. “Há tanta insegurança na educação que não sei nem ao menos se teremos Enem neste ano”, diz.

Já Grace está no último ano do curso de Química, na Unifesp, e diz temer não conseguir terminar a graduação neste ano. “Com o bloqueio do orçamento, a Universidade só tem dinheiro para funcionar até setembro. Depois disso como ficam os estudantes?”

Médica residente da USP, Thais Fink, de 29 anos, diz que o bloqueio de recursos a preocupa por afetar não só a educação, mas diversas políticas públicas de saúde. “A pesquisa que fazemos é importantíssima para a sociedade e para a saúde. O governo não tem dimensão da importância do que é produzido nas universidades”, diz.

Em São Paulo, as cidades de Franca, São Carlos, Campinas e ao menos 7 outras cidades tiveram as mobilizações estudantis. Até 18h30 desta quinta-feira, ao menos 50 cidades do País registraram atos contra os cortes.

Minas Gerais

Em Belo Horizonte, manifestantes se concentraram na Praça Afonso Arinos, Região Central de Belo Horizonte, para protesto contra o corte de recursos na área da Educação. “Não é mole não, tem dinheiro pra milícia mas não tem para a Educação”, gritam estudantes e professores.

A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Cristina del Papa, acredita que 30 mil pessoas devem participar do ato contra o corte de recursos do governo federal na noite desta quinta-feira, 30, em Belo Horizonte.

A sindicalista afirma que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deverá perder R$ 65 milhões e que essa redução começará a ser sentida a partir de julho. “Nosso recado aqui, hoje, é que não dá para suportar o corte que está sendo feito pelo governo federal. Vai atingir o dia a dia da universidade”, afirma. Em Minas Gerais, as cidades de Juiz de Fora, Uberlândia, Ouro Preto e Governador Valadares tiveram atos.

Bahia

Em Salvador, lideranças sindicais, políticas, de partidos de esquerda, e suas militâncias, engrossaram a manifestação de estudantes ocorrida na manhã dessa quinta-feira (30) no centro. Além de protestarem contra o corte nas verbas destinadas à Educação, eles rechaçavam as reformas do governo federal, principalmente a da Previdência; defendiam “Lula Livre” e “Fora Bolsonaro”.

Logo na largada, de cima de um minitrio, líderes do protesto pediam vaias para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e aplausos para os sindicatos presentes ao evento. De acordo com o comando do movimento, mais de 30 mil pessoas participaram do ato, que começou por volta das 10h e terminou por volta das 12h30. No manifesto do dia 15 de maio foi estimada a participação de mais de 50 mil pessoas.

A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Raquel Nery, tentou minimizar a presença das Centrais sindicais no movimento, dizendo não haver uma relação direta entre a pauta dos estudantes e a dos sindicatos. “O protesto foi organizado pelos estudantes e é deles o protagonismo. As demais entidades apoiam o movimento. Não podemos dar a esse 30 de maio a cor das centrais sindicais”, destacou.

Como no ato passado, sobraram críticas também para o governador da Bahia, Rui Costa, que é do PT. “Governador, que baixaria, educação não é mercadoria”, gritavam alunos e professores da UNEB – Universidade Estadual da Bahia, que estão em greve há 52 dias.

Pará

Em Belém, os manifestantes saíram por volta das 18 horas da Praça da República, centro da capital. E devem caminhar por três quilômetros até a Praça do Operário, tradicional ponto de protestos da esquerda. Ainda não há informações sobre o número de manifestantes.

Capital Federal

As manifestações começaram às 10h em Brasília, os manifestantes se reuniram na praça do Museu Nacional da República. Além da pauta da educação, eles protestaram contra a reforma da Previdência e medidas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
A Esplanada dos Ministérios ficou bloqueada por volta de 12h15, enquanto os manifestantes caminhavam no sentido Praça dos Três Poderes.

Rio de Janeiro

Manifestantes se reuniram no Centro do Rio nesta tarde. A concentração ocorreu próximo à Igreja da Candelária. Os atos também aconteceram nas cidades Campos de Goytacazes, Cabo Frio, Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, Volta Redonda e Valença

Pernambuco

Em Pernambuco, estudantes, professores e servidores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizaram um “abraço simbólico” ao prédio da instituição, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. Os atos também aconteceram em Caruaru, Barreiros, Garanhuns, Petrolina e Exu.

Piauí

Em Teresina, os manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, no Centro de capital piauiense, e saiu em passeata pelas ruas.

Maranhão

Em São Luís, estudantes distribuíram panfletos na Avenida dos Portugueses informando aos motoristas sobre os objetivos do ato e bloquearam acessos na entrada e na saída da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Sergipe

Em Sergipe, um grupo de estudantes fechou o principal acesso do campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) no município de São Cristóvão (SE). As audiências no Fórum Prof. Gonçalo Rollemberg Leite, localizado dentro do campus, foram suspensas porque os magistrados, servidores, advogados e os jurisdicionados foram impedidos de entrar na unidade.
Em Aracaju, estudantes e trabalhadores se concentraram na Praça General Valadão, de onde o grupo saiu em caminhada pelas ruas do Centro.

Ceará

No Ceará, ao menos sete cidades do interior tiveram atos pela educação. Pela manhã, foram registrados protestos nas cidades cearenses de Iguatu, Itapipoca, Jucás, Morada Nova, Itarema, Barbalha e Quixadá.
À tarde, em Fortaleza os manifestantes se concentraram na Praça da Gentilândia para caminhada rumo à Universidade Federal do Ceará (UFC).

Paraná

No Paraná, um grupo de alunos, professores e funcionários da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em Cascavel participaram de ato.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, manifestantes se reuniram em Rondonópolis e Tangará da Serra, cidades a 218 e 242 km de Cuiabá, respectivamente.

Santa Catarina

Em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os estudantes se organizavam nesta manhã em unidades acadêmicas pintando faixas e cartazes. Em Blumenau, estudantes e professores da UFSC e do IFSC se reuniram na Praça Doutor Blumenau, mesmo com chuva intensa no município.
Em Joinvile, estudantes e professores que participavam do Congresso Brasileiro de Química fizeram um ato no Centro de Convenções e Exposições Expoville. Os estudantes também fizeram protesto na Praça da Bandeira, no Centro, por volta das 15h.

Amapá

Em Macapá, um grupo formado por professores e estudantes e professores fez ato na portaria do campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá (Unifap).

Paraíba

Na Paraíba, grupos de estudantes e professores de universidades e institutos federais fizeram atos em Sousa, Campina Grande, Esperança, Cajazeiras, Cuité, Patos e João Pessoa. Além da pauta da educação, eles também protestaram contra a reforma da Previdência.
Em Sousa, o grupo montou tendas no Calçadão, no Centro da cidade, para conversar com as pessoas sobre a Previdência. Em João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) houve uma panfletagem e caminhada de estudantes e professores.

Acre

No Acre, centrais sindicais se reuniram no Centro de Rio Branco em um ato que, além de protestar contra os cortes na educação, criticava a reforma da Previdência. Também houve protesto no município de Cruzeiro do Sul.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, houve atos em cidades como Pelotas, Santa Rosa, Santa Maria, Rio Grande, Lajeado e Venâncio Aires.
Em Porto Alegre, o ato ocorreu na na Esquina Democrática, entre a Rua dos Andradas e a Avenida Borges de Medeiros, no Centro de Porto Alegre.

Mato Grosso do Sul

Em Mato Grosso do Sul, estudantes, professores e indígenas fazem atos na capital, Campo Grande, e em municípios como Amambai, Anastácio e Dourados. Em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, alunos do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) fizeram uma manifestação próximo à linha internacional.

Alagoas

Em Alagoas, estudantes, professores e trabalhadores protestaram na cidade de Arapiraca pela manhã. Durante a tarde houve protestos em Maceió. O grupo saiu da Praça do Centenário, no Farol, em caminhada até o Centro. Também houve ato em Delmiro Gouveia.

Goiás

Em Goiás, os protestos foram realizados em Luziânia, Anápolis e Rio Verde. Em Luziânia, estudantes e docentes do campus do Instituto Federal de Goiás (IFG) na cidade se reúnem em frente à igreja Matriz.
Em Goiânia, o grupo se reuniu na Praça Universitária, de onde os manifestantes seguiram em caminhada até a Praça do Bandeirante, no Setor Central. Eles usaram carros de som, cartazes e bandeiras.

Rio Grande do Norte

Durante a tarde foram registrados protestos em Natal, Mossoró, Nova Cruz e Assu. Em Natal, o protesto começou por volta das 15h, no cruzamento entre as avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho. Na cidade de Nova Cruz, estudantes secundaristas se juntaram em frente à sede do IFRN. Em Assu, estudantes e professores também saíram em passeata.

Rondônia

Protestos foram realizados em Porto Velho e Ji-Paraná. Na capital, o local escolhido foi a praça Marechal Rondon, no centro da cidade. Em Ji-Paraná, o protesto ocorreu frente ao campus da Unir.

Roraima

Em Boa Vista, manifestantes protestaram contra o corte de verbas na Educação e outras medidas tomadas pela da presidência. Estudantes e professores caminharam da Universidade Federal de Roraima (UFRR), zona Norte de Boa Vista, até a Praça do Centro Cívico.

Espírito Santo

Em Vitória, dois grupos se manifestaram. Um se reuniu em frente ao teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o outro na praça ao lado do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ambos saíram em caminhada pela cidade.

Amazonas

Em Manaus, um grupo de professores e estudantes realiza um ato contra os cortes na educação anunciados pelo Governo Federal. A manifestação teve início por volta de 15h na Praça da Saudade, Centro da capital amazonense, e seguiu pela Praça do Congresso, na mesma área da cidade.

Com informações Estadão Conteúdo. 

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