Menu
Brasil

Máfia italiana ‘ndrangheta comprava armas no Brasil, diz site

Criminosos teriam conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC) no país, além de outros grupos em toda a América do Sul

Redação Jornal de Brasília

26/10/2020 9h35

O grupo mafioso ‘ndrangheta, considerado um dos maiores do tipo na Itália, teria negociado a compra de armas no Brasil, mostrou uma matéria publicada neste domingo (25) pelo portal “UOL”. Os criminosos teriam conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC) no país, além de outros grupos em toda a América do Sul.

A revelação do tráfico de armas, além do de drogas, está entre as mais de 13,5 mil páginas do julgamento do caso “Rinascita-Scott” (“Renascimento-Scott”) – que começou no mês de setembro em Roma após investigação do Departamento Distrital Antimáfia (DDA) de Catanzaro.

Em dezembro do ano passado as autoridades italianas prenderam 334 pessoas, entre políticos, advogados e funcionários públicos na deflagração da ação. A todo, 416 pessoas são investigadas no caso por inúmeros crimes, como associação mafiosa, homicídio, extorsão, tráfico e lavagem de dinheiro.

Segundo o portal brasileiro, a compra teria sido organizada por Bruno Fuduli, que se suicidou em novembro do ano passado, e por dois chefes de clãs da ‘ndrangheta: Giuseppe Accorinti e Antonio Vacatello. Em um grampo telefônico de um dos acusados no caso, Gregorio Niglia, os envolvidos falavam de um plano para “transportar alguns contêineres” em 2016 com um número não definido de armas.

Em julho deste ano, o canal italiano “LaC News” havia contado a história de “filme de ficção” de Fuduli – que se ofereceu como espião para as autoridades italianas após ter sido contatado por mafiosos para trabalhar com o tráfico internacional de cocaína e, achando que não recebeu “reconhecimento” suficiente do governo por sua ajuda em capturar criminosos, tornou-se um dos traficantes de drogas mais famosos da Itália.

Entre as inúmeras acusações contra o italiano, está a de “comércio internacional de armas de fogo e clandestinas” entre o país europeu e a América do Sul. Assim como o citado pela reportagem do “UOL”, as armas partiriam de Goiás com destino a portos italianos.

Conforme o “La C”, elas eram escondidas em blocos de mármore e seguiam o método já usado pela ‘ndrangheta em outras operações desmanteladas pelos italianos. Fuduli, então, seguia o plano de importar as pedras, transportar em trens de carga e fazia isso por empresas terceiras que não sabiam do esquema de tráfico internacional, como uma forma de burlar a burocracia aduaneira.

Ainda de acordo com o canal, entre as armas que eram importadas, estavam potentes fuzis de última geração. (ANSA).

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado