Da Redação
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Em decisão dada pela juíza Rosângela Rodrigues, João de Deus sofreu sua primeira condenação, nesta quinta-feira (7), por posse ilegal de armas de fogo. O médium foi condenado a quatro anos de prisão em regime aberto em Abadiânia, Goiás.
João de Deus segue preso, também acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais. O réu nega as acusações. O caso segue em segredo de justiça.
O Ministério Público de Goiás propôs a denúncia. “Estudamos recorrer no tocante à pena e também pela absolvição da Ana Keyla (mulher de João de Deus, também ré no processo, mas absolvida)”, informou o promotor de Justiça Luciano Miranda, coordenador da força-tarefa que apura as denúncias contra João de Deus.
Advogado do condenado, Anderson Van Gualberto informou que também deve recorrer da decisão “porque foi imposto o regime aberto para o cumprimento da pena e, mesmo assim, a juíza manteve a prisão de João de Deus, em um nítido contrassenso, aplicou regime mais brando e impôs a prisão em regime fechado ao meu cliente”.
O médium está preso desde dezembro do ano passado, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Além dos abusos sexuais e do porte ilegal de armas, João de Deus é acusado de falsidade ideológica e corrupção de testemunhas. Apesar de a juíza determinar que ele cumpra a condenação fora da cadeia, ele segue detido por causa dos outros mandados de prisão que ainda estão em vigor.
Durante o depoimento à Justiça, em abril deste ano, Ana Keyla contou que só soube da existência de uma arma em sua gaveta de roupas íntimas no dia de seu depoimento sobre o caso à Polícia Civil, em 16 de dezembro. A esposa de João de Deus também afirmou que não tolera armas e não permitiria nenhuma em casa por causa da filha pequena.
Ana Keyla alegou que não morava mais na casa onde as armas foram encontradas e que a residência em questão era apenas “um ponto de apoio”. Segundo ela, desde quando João de Deus ficou doente, o casal vivia em Anápolis, cidade vizinha a Abadiânia.
Denúncias
O Ministério Público de Goiás ofereceu 12 denúncias contra João de Deus, sendo dez por crimes sexuais:
Oito por crimes sexuais: dessas, quatro já tiveram audiências realizada, quatro com audiências a marcar;
Uma por crimes sexuais, corrupção de testemunha e coação: em fase de de inquirição de testemunhas via carta precatória ;
Uma por crimes sexuais e falsidade ideológica: atualmente está em fase de inquirição de testemunhas via carta precatória;
Uma por posse ilegal de armas de fogo e munição: na fase de memoriais
Uma por apreensão de documentos, arma de fogo e munição, em Anápolis, que segue em segredo de Justiça