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Brasil

Inquérito sobre óleo está aberto e ainda é inconclusivo, diz ministro da Defesa

“Estamos levantando os navios e bandeiras. Pode ter sido acidente ou incidente, ainda não chegamos a essa conclusão”, disse o ministro na coletiva

Aline Rocha

10/10/2019 16h23

O inquérito sobre a origem do óleo que atingiu a costa litorânea do Nordeste está aberto e ainda é inconclusivo, afirmou o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, em coletiva de imprensa, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.

“Estamos levantando os navios e bandeiras. Pode ter sido acidente ou incidente, ainda não chegamos a essa conclusão”, disse o ministro na coletiva. O evento, realizado em São Paulo, é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Azevedo e Silva ressaltou que ainda não tem como saber se o vazamento foi criminoso. “Ainda não sabemos a origem. No momento, estamos verificando a origem do petróleo e não o responsável. Já sabemos que não é vazamento de nossas plataformas”, acrescentou o ministro.

Na manhã desta quinta-feira, no mesmo evento, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem “quase certeza” sobre o derramamento ser criminoso. “Tenho quase certeza. Não temos bola de cristal para descobrir rapidamente quem é o responsável pelo ato criminoso, mas tomamos as providências”, disse o presidente mais cedo.

Óleo achado em praias tem origem na Venezuela, diz laudo da Universidade da Bahia

O óleo achado no Nordeste é proveniente de bacia petrolífera da Venezuela, aponta laudo divulgado nesta quinta-feira, 10, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Anteriormente, análises da Marinha e da Petrobras já haviam indicado que o poluente tinha origem no país vizinho. O governo Nicolás Maduro, porém, nega que o petróleo seja do país vizinho

Conforme a diretora do Instituto de Geociências da universidade, Olívia Oliveira, a análise de amostras recolhidas no litoral da Bahia e de Sergipe, apresentou a presença de carbono e de biomarcadores e que têm semelhança com um dos tipos de petróleo produzido na Venezuela.

Segundo ela, nenhum petróleo produzido no Brasil apresenta distribuição de biomarcadores similares aos encontrados nas amostras. Os biomarcadores são organismos que viveram em determinadas eram geológicas, possibilitando comparar as idades das bacias petrolíferas.

As pesquisas foram realizadas em parceria com a Universidade Federal do Sergipe (UFS). Foram analisadas nove amostras, sete delas colhidas no Estado vizinho. As análise geoquímicas foram feitas no Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da UFBA.

A cientista ressalvou que, por causa do longo período que o material está no mar, não é possível afirmar se as manchas são de petróleo cru. “Parece muito com petróleo cru, mas não descartamos que possa ser bunker, combustível de navio. É um óleo pesado, com certa degradação”, explicou, durante entrevista coletiva.

As análises serão encaminhadas para o Instituto do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia e colocadas à disposição dos órgãos que investigam o desastre.

Na manhã desta quinta, manchas de óleo foram achadas na praia de Arembepe, em Camaçari, na Grande Salvador. É o local mais ao sul do Nordeste já tocado pela poluição.

Conforme o Inema, já são 14 praias e localidades afetadas pela poluição. Em Camaçari, também foram atingidas as localidades de Guarajuba e Itacimirim.

No município de Conde, o óleo atingiu a Barra do Siribinha, Barra do Itariri, Sítio do Conde e Poças. Em Jandaíra, houve registros em Coqueiro e Mangue Seco. O óleo chegou também em Esplanada (Baixio e Mamucabo), Entre Rios (Subaúma e Porto do Sauípe) e Mata de São João (Praia do Forte).

Estadão Conteúdo

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