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Brasil

Gestão Doria adere a programa de escolas cívico-militares de Bolsonaro

No ano passado, a gestão do governador João Doria (PSDB) chegou a anunciar a adesão do estado ao programa, mas o fez fora do prazo

Redação Jornal de Brasília

08/01/2021 19h09

ANGELA PINHO
SÃO PAULO, SP

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo abrirá chamada para selecionar escolas interessadas em adotar o modelo cívico-militar proposto pelo governo Bolsonaro.

O anúncio da adesão foi feito pelo deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) e confirmado pela pasta.
Duas unidades da rede estadual devem adotar o modelo. Algumas delas já manifestaram interesse informal na proposta.

No ano passado, a gestão do governador João Doria (PSDB) chegou a anunciar a adesão do estado ao programa, mas o fez fora do prazo dado pelo edital do Ministério da Educação e ficou de fora.

Um dia antes, o secretário da Educação paulista, Rossieli Soares, havia manifestado dúvidas sobre a proposta. “É difícil aderir a um programa que você não sabe o que é. Nos deixa absolutamente em dúvida”, afirmou na ocasião.

Posteriormente, a secretaria disse ter obtido os esclarecimentos de que precisava sobre a iniciativa, que agora será aberta às escolas da rede paulista.

O programa cívico-militar prevê a atuação de equipe de militares da reserva (sejam policiais, bombeiros ou membros das Forças Armadas) na administração escolar.

Diferentemente das escolas puramente militares, totalmente geridas pelo Exército, nesse desenho as secretarias de Educação continuam com a responsabilidade do currículo, mas estudantes precisam usar fardas e seguir as regras definidas por militares.

Colégios militares ganharam evidência nos últimos anos por causa de indicadores educacionais positivos e por atacarem o problema da indisciplina.

Por outro lado, reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que as escolas militares e institutos federais com o mesmo porte e perfil socioeconômico de alunos têm desempenho similar.

Especialistas criticam a militarização da educação e afirmam que escolas convencionais também podem melhorar seus resultados se receberem atenção especial.

Entre os colégios de São Paulo que já manifestaram interesse informal no modelo cívico-militar estão unidades da Baixada Santista. Parte delas chegou a realizar assembleia para decidir sobre a adesão ao programa no ano passado. A Secretaria da Educação de Dória, à época, negou ter relação com a iniciativa.

As informações são da FolhaPress

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