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Brasil

Força Nacional do SUS previu colapso em Manaus

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, explicações sobre a omissão diante dos alertas

Redação Jornal de Brasília

19/01/2021 13h05

Convocada pelo ministro da Saúde para atuar em Manaus, a Força Nacional do SUS detectou a crise do oxigênio na cidade, constatando em relatórios oficiais o problema de fornecimento. O colapso foi previsto em documentos divulgados nos dias 8, 9, 11, 12 e 13 de janeiro deste ano.

Nos relatórios está explícito a data em que o oxigênio foi para a reserva nos hospitais, a prática dos médicos em não medir a saturação dos pacientes e a proibição de abertura de novos leitos por falta de insumos suficientes, segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, explicações sobre a omissão diante dos alertas. Os relatórios mostram que o chefe da pasta sabia das informações por meio de grupos técnicos, convocados para atuar em caráter de urgência.

O primeiro relatório formulado pela equipe do SUS é do dia 7. No documento de 8 de janeiro foi identificada a crise. “Foi mudado o foco da reunião, pois foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio”, cita o relatório, complementando que “existe um problema na rede de gás do município que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais estaduais”. E aponta uma “dificuldade crítica nos respiradores (oxigênio)” dos hospitais que atendem pacientes com Covid-19.

No dia 9, a Força Nacional do SUS visitou alas do Hospital 28 de Agosto e constatou a dificuldade de fornecedores garantirem o abastecimento de oxigênio. “Estão preferindo não medir a saturação dos pacientes na sala rosa 1, pois, ao medir, vários pacientes precisarão de oxigênio e não terão como suprir a demanda”, escreveram no relatório.

Dois dias depois o relatório traz uma reunião com a participação de Pazuello. “Reunião no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) com abertura do ministro Pazuello, orientando objetividade e resolubilidade da comissão.”  No relatório daquele dia 11, já há o registro de colapso da rede de saúde.

Após diversos avisos feitos pela Força Nacional, no dia 13 de janeiro, o relatório avisou da necessidade de oxigêncio, afirmando a necessidade de contabilizar os leitos para atualizar a necessidade diária.

“Prioridade ZERO do Estado do Amazonas é a falta de oxigênio. Nível muito crítico”, apontam os técnicos no relatório. “O colapso vai acontecer na madrugada de hoje. Não existe O2 para repor durante a madrugada. Todas as médias de projeção foram quebradas hoje durante o dia”, registra o relatório da Força Nacional do SUS. E assim ocorreu, a partir da madrugada do dia 14.

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