A 14ª edição do Rally dos Sertões terminou nesta sexta-feira em Porto Seguro. A competição não reservou grandes surpresas e os títulos de todas as categorias ficaram nas mãos dos favoritos. Nas motos, o francês Cyril Despres, campeão mundial e do Paris-Dakar, saiu vencedor. Nos carros, a dupla João Franciosi/Rafael Capoani obteve a vitória. Nos caminhões, o trio Amable Barrasa/Domenico Montalbano/José Papacena levou a melhor.
Despres quebrou um tabu de oito anos. O francês se tornou o primeiro estrangeiro a ganhar o rali desde o austríaco Heinz Kinigadner, em 1998. A conquista veio após um discreto quarto lugar na última especial, vencida por Juca Bala. Cyril Despres perdeu o caminho na última bifurcação antes da chegada. Conseguiu voltar para a prova, viu seu tempo subir, mas ainda assim confirmou o título. Os pilotos franceses ainda fizeram dobradinha, porque David Castou ficou em segundo no rali.
Despres venceu mesmo correndo lesionado. Foi uma competição difícil. “Tive dificuldades para superar uma lesão do braço, da qual estava me recuperando ao chegar ao Brasil”, afirmou o piloto, que ficou surpreso com a qualidade do Rali. “Ouvi dizer que a prova era muito boa, mas não imaginava que fosse tanto. Cheguei aqui e vi um evento muito bem organizado e com trechos bastante difíceis”, finalizou.
O melhor representante do Brasil foi Jean Azevedo, que terminou em terceiro. O piloto também teve que superar dores devido a um acidente no caminho para Barra (BA). “É um rali que só de terminar já e um grande feito. Para nós a participação dos estrangeiros é muito boa, pois eleva o nível da competição”, elogiou Azevedo, que tem cinco títulos no Rali dos Sertões.
Cyril Despres ainda lembrou de Tiago Fantozzi. Sensação das primeiras etapas com duas vitórias, se acidentou. Com a clavícula quebrada, ficou de fora da disputa. “Ele é um piloto bem agressivo e lamento o acidente, isso é coisa de rali e acontece”, disse.
Nos carros, um sétimo lugar foi suficiente para garantir o título de João Franciosi/Rafael Capoani. Reinaldo Varela/Marcos Macedo, a única dupla que poderia ameaçar, enfrentou problemas com o prisioneiro das rodas traseiras e ficou para trás. Paulo Nobre e Luiz Palu ganharam a última especial.
Nos caminhões também não houve nenhuma reviravolta. O trio Amable Barrasa/Domenico Montalbano/José Papacena confirmou uma vitória que já parecia certa. O trio vencedor abriu uma grande vantagem, de 23 minutos, logo no primeiro dia de competição. A dupla que terminou em segundo lugar, Ulysses Marinzeck/João Ferreira Neto, terminou com mais de uma hora de desvantagem.
