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Brasil

Estado de SP inicia projeto para rastrear quem teve contato com infectados pelo novo coronavírus

A ideia é identificar e isolar todos que, nos últimos 14 dias, tiveram contato por pelo menos 15 minutos com quem comprovadamente está infectado pelo novo coronavírus

Redação Jornal de Brasília

09/07/2020 15h46

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Patrícia Pasquini
São Paulo, SP

O governo de São Paulo criou uma ferramenta tecnológica para que os municípios aumentem o monitoramento de pessoas que tiveram contato com infectados pelo novo coronavírus.

O projeto-piloto começou dia 6 de julho em Araraquara (273 km de SP), Bauru (329 km de SP) e São Bernardo do Campo (ABC), com 1,4 milhão de pessoas. A ideia é que 100 municípios estejam cobertos pelo rastreamento até o início de agosto e os demais até o final do mesmo mês.

A ideia é identificar e isolar todos que, nos últimos 14 dias, tiveram contato por pelo menos 15 minutos com quem comprovadamente está infectado pelo novo coronavírus.

Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, afirmou que até o final de agosto a plataforma alcançará todo o estado de São Paulo.

“O estado dará todo apoio tecnológico, seja com a plataforma, o telemarketing e o call center para buscar as pessoas identificadas e avançar com testagem e isolamento, uma prática que produzirá um resultado importante ao estado de SP”, afirma Vinholi.

Das 645 cidades paulistas, 98% já fazem este trabalho, mas com as equipes de vigilância municipal e Atenção Básica.

Nancy Bellei, infectologista, virologista e pesquisadora da Unifesp, lembra que a pandemia não acabou.

“Estamos no início do aprendizado de como conviver com esse vírus. É possível que em alguns momentos tenhamos recrudescência do número de hospitalizações e óbitos de forma irregular pelo país e nosso estado. É muito importante novas intervenções como esta, do rastreamento de casos e contatos. Foi uma intervenção feita em vários países que tiveram sucesso, mas depois de algum tempo, dependendo do relaxamento das medidas de distanciamento social, esses países também enfrentaram recrudescência da doença. Boa parte das transmissões ocorreu em domicílios”, diz.

Para Bellei, é importante manter as mesmas medidas e preocupações de isolamento e a percepção de risco para que não haja aumento no número de casos.

Desde o início da pandemia até esta quinta-feira (9), o estado somou 349.715 casos de Covid-19, de acordo com dados apresentados pelo secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro.

O número de infectados é 2,44% maior que o registrado no dia anterior, quando chegou a 341.365 . Em relação aos óbitos, o aumento foi de 1,96% passando de 16.788 para 17.118 . A taxa de letalidade pela doença está em 4,9%.

Segundo Ribeiro, o comportamento da curva de casos no estado de São Paulo se encontra dentro do intervalo previsto das projeções feitas pelo Centro de Contingência do Coronavírus. Em relação às mortes, está um pouco abaixo da linha média esperada para o período.

O estado de São Paulo pode ter entre 18 mil e 23 mil mortes por Covid-19 até a metade de julho, e 335 mil a 470 mil infectados.

A Secretaria da Saúde passou a informar o quantitativo de casos diagnosticados por cada tipo de teste.
Dos 8.350 casos registrados nas últimas 24 horas, 42% foram identificados através de teste rápido, 56% do RT-PCR e 2% de outros diagnósticos.

Do total de infectados, 28% foram identificados por teste rápido, 71% pelo RT-PCR e 1% através de outras metodologias.

Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus e da coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo, explica que as situações são distintas.

Os testes RT-PCR são de diagnóstico de infecções agudas que requerem algum nível de atenção, seja em monitoramento e isolamento domiciliar e monitoramento da condição com tratamento sintomático, como para outras infecções respiratórias leves, ou pela necessidade de internação em enfermaria ou até, nos quadros mais graves, em UTI com suporte ventilatório.

“Hoje, quando falamos de 8.350 casos no dia, na verdade, estamos dizendo que 4.675 foram casos agudos e os demais 3.539 são pessoas que em algum momento tiveram infecção pelo coronavírus e desenvolveram anticorpos, o que não significa que elas estejam assintomáticas e não necessitam de atenção dos equipamentos de saúde. Desta forma, nós temos um monitoramento mais claro da evolução da pandemia na nossa população”, ressalta Menezes.

A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 64,7% no estado e 63,6% na Grande São Paulo. Internados nas UTIs com confirmação ou suspeita da doença somam 5.339 pacientes; outros 7.982 estão nas enfermarias.

As informações são da FolhaPress

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