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Brasil

Em SP, 500 mil alunos não fizeram nenhuma atividade letiva durante a pandemia

Em abril, a secretaria iniciou a distribuição de 3,5 milhões de kits com material impresso aos alunos, com custo de R$ 19,5 milhões

Redação Jornal de Brasília

11/11/2020 13h17

Isabela Palhares
São Paulo, SP

Mais de 500 mil alunos da rede estadual de São Paulo não entregaram nenhuma atividade letiva durante a pandemia, o que corresponde a 15% dos 3,5 milhões de estudantes das escolas paulistas.

O secretário de Educação, Rossieli Soares, homologou nesta quarta (11) uma resolução para que as escolas não reprovem nenhum estudante por desempenho. No entanto, quem não tiver entregue nenhuma atividade, ficará retido.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário já havia dito que nenhum estudante seria reprovado pelo desempenho escolar neste ano.

Para Soares, a ausência de participação dos 500 mil estudantes pode ser justificada pelo desinteresse e desânimo em continuar os estudos, já que a pasta ofereceu diferentes mecanismos ao longo do ano para as atividades remotas.

“É um número muito grande, maior do que a população de muitas cidades inteiras do interior. A falta de internet é um elemento importante [para explicar a ausência de participação], mas não é o único. Porque a gente ofereceu e pede para que sejam consideradas as atividades impressas”, disse o secretário.

Em abril, a secretaria iniciou a distribuição de 3,5 milhões de kits com material impresso aos alunos, com custo de R$ 19,5 milhões. Os livros foram entregues às escolas e as famílias tinham de se dirigir às unidades para buscá-los.

“Sentimos que há desinteresse, há desânimo. Nós trabalhamos com muitas plataformas e o estudante ainda pode fazer essas atividades, em um modelo ou em outro”, disse Soares.

Segundo ele, até o fim do ano será reforçado o trabalho de busca desses 500 mil estudantes para evitar a reprovação. “Os professores estão fazendo essa busca desde o início da pandemia, mas vamos reforçar para deixar essas regras claras para as famílias.”

Para que não sejam reprovados, os estudantes deverão apresentar uma quantidade mínima de atividades às escolas. A definição de qual o mínimo necessário para aprovação será feita por cada unidade.

Quem tiver apresentado a quantidade mínima de tarefas será automaticamente matriculado no próximo ano escolar em 2021 em regime de progressão continuada. A medida prevê que os anos letivos de 2020 e 2021 sejam considerados um único ciclo contínuo, formado por oito bimestres escolares.

Em dezembro, a secretaria planeja uma avaliação diagnóstica para medir o que os alunos conseguiram aprender no período de suspensão das aulas presenciais. Em janeiro de 2021, está prevista uma recuperação presencial -em que poderão participar, inclusive, os alunos que não entregaram nenhuma atividade.

O ano letivo de 2021 começará em 1º de fevereiro, quando será feita uma avaliação diagnóstica de entrada para ajudar os professores a identificar os déficits de aprendizagem dos alunos.

As informações são da Folhapress

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