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Brasil

Em Macapá, eleições ficam para dezembro

A ideia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que o primeiro turno aconteça no dia 13 de dezembro

Marcus Eduardo Pereira

15/11/2020 16h47

MACAPA AMAPA 03-11-2020 APAGAO METROPOLE INCENDIO Incêndio atinge subestacao de energia durante chuva na Zona Norte de Macapá CEA diz que local ‘atende todo o estado’. Chamas altas chamaram atencao, na noite desta terça-feira (3). FOTO CEA

Com a eleição adiada em Macapá por conta do caos gerado pelo apagão de energia, novas datas para a votação já começam a ser definidas. A ideia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que o primeiro turno aconteça no dia 13 de dezembro.

Se for necessária, a disputa pelo segundo turno será feita, a princípio, no dia 27 de dezembro. Existe, porém, um apelo dos candidatos para antecipar essa data para o dia 20 para que a eleição não seja feita em pleno período das festas de fim de ano, o que poderia afetar a presença dos eleitores.

Essas datas, no entanto, somente poderão ser confirmadas quando a situação em Macapá se normalizar. O Amapá sofreu um apagão geral de energia há dez dias e segue sem que tenha acontecido o pleno restabelecimento do fornecimento. Além disso, tem havido tumultos por causa do problema.

Oposição culpa jogo político

Em razão da iminência de caos social devido ao apagão que assola o Estado do Amapá há mais de dez dias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado e adiou as eleições na capital Macapá

As novas datas previstas pelo TRE-AP são 13 de dezembro e 27 de dezembro, se houver segundo turno. As datas ainda precisam ser aprovada pelo TSE, mas ontem o presidente da Corte eleitoral, Luís Roberto Barroso, afirmou que estuda a possibilidade de o segundo turno ocorrer em 20 de dezembro, pedido de feito pelos candidatos do município.

Mas é certo que, ao menos até dezembro, Macapá se unirá a Brasília e a Fernando de Noronha como as únicas localidades no País em que a população não irá às urnas.

Ainda que a energia elétrica esteja em esquema de racionamento na maioria dos municípios do Amapá, a Justiça Eleitoral decidiu adiar as eleições municipais apenas na capital, gerando críticas no meio político. Candidatos à prefeitura de Macapá ligados à oposição local atribuem a decisão a uma pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que tem o irmão, Josiel Alcolumbre (DEM), na disputa. Após o apagão, Josiel começou a cair nas pesquisas de intenção de voto.

“Por que só em Macapá? Por que não no Estado inteiro? Que as eleições deveriam ser adiadas, a gente já sabia! Tanto que pedimos isso! Agora, que elas tinham que ser adiadas até o irmão do presidente do senado parar de cair nas pesquisas, isso é novidade!”, disse o candidato Dr. Furlan (Cidadania). “A VELHA POLÍTICA é ISSO: candidato da situação cai… adiam a eleição!”, contestou outra candidata, Patrícia Ferraz (Podemos).

Como o Broadcast/Estadão revelou, o presidente do Senado teve papel importante neste adiamento e chegou a conversar com o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, sobre o tema. Josiel, que tem apoio do prefeito Clécio Vieira (sem partido) foi às redes sociais defender a remarcação das eleições. “A verdade é uma só: as eleições foram adiadas devido a ameaças de grupos criminosos interceptadas pela ABIN. Os atos estavam sendo articulados para o dia de eleição”, justifica o candidato a prefeito de Macapá.

Já o irmão e presidente do Senado, foi na mesma linha. “O maior atingido com esse apagão chama-se Josiel Alcolumbre, que ia ganhar a eleição em primeiro turno, que estava caminhando para ganhar a eleição”, afirmou Davi em entrevista à rádio Diário FM, do Amapá, na última quinta-feira (12).

Nos bastidores, a versão corrente é que a prefeitura de Macapá é peça importante para as próximas jogadas do xadrez político dos Alcolumbre. Com o irmão à frente do executivo municipal, Davi teria mais força para concorrer à reeleição no Senado ou, ainda, tentar o governo do Estado, após uma tentativa frustrada em 2018. Caso consiga um novo mandato em Brasília, o candidato ao governo seria o atual prefeito Clécio Lima, que rompeu com seu antigo partido, a Rede Sustentabilidade e se distanciou do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) após se aproximar da família Alcolumbre.

TSE: Antecipar 2º turno em Macapá para 20/12 se houver segurança

Com as eleições municipais adiadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a capital do Amapá, Macapá, pode ter o segundo turno, se for necessário, adiantado do dia 27 de dezembro para o dia 20 de dezembro, afirmou neste domingo, 15, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

“As eleições foram marcadas para 13 e 27 de dezembro, para haver tempo de refazer a programação, inseminar as urnas e fazer os testes necessários. Estamos considerando a possibilidade de antecipar para o segundo turno ser no dia 20, mas só o faremos se tivermos segurança absoluta”, disse Barroso em coletiva de imprensa na tarde de hoje.

As eleições foram adiadas em Macapá desde que a cidade passou a enfrentar problemas no fornecimento de energia elétrica, na semana passada. Outras cidades também passam pelo mesmo problema, mas tiveram mantidos seus pleitos. Uma delas é Santana, na região metropolitana de Macapá.

“As eleições no Amapá estão correndo com tranquilidade, inclusive em Santana. Vamos esperar o desfecho. A notícia que tínhamos até às 15h era de tranquilidade, o que ao meu ver confirmava o acerto de não ter suspendido as eleições para além do Macapá”, disse Barroso. O presidente do TSE argumentou que “suspender e realizar novas eleições não é um procedimento banal” e disse que “a tecnologia da informação é uma ciência um pouco esotérica, para nós, leigos, pelo menos”.

 

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