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Brasil

Em abril, mulher negra denunciou seguranças do supermercado Ricoy

Local é personagem do caso de tortura ocorrido na última terça (3). Não se sabe se o caso acontecido há cinco meses foi protagonizado pelos mesmos suspeitos

Willian Matos

05/09/2019 11h10

Willian Matos
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Após viralizar um vídeo no qual dois seguranças de um dos supermercados da rede Ricoy, localizado na Vila Joaniza, zona Sul de São Paulo, aparecem chicoteando um jovem de 17 anos por ele ter, supostamente, furtado barras de chocolate do estabelecimento, uma denúncia semelhante veio à tona. Em abril, uma mulher negra denunciou uma abordagem feita pelos funcionários. Ela alega que o contato foi grotesco a ponto de fazê-la “imaginar estar sendo assaltada”.

A mulher prestou depoimento ao 98º Distrito Policial, do Jardim Miriam, zona Sul de São Paulo. Ela afirmou que, quando saía do mercado, foi abordada por dois seguranças que exigiram que ela abrisse a bolsa. Segundo consta no boletim de ocorrência, ela imaginou estar sendo assaltada e correu por cerca de dez metros. Os funcionários, então, a seguiram e a alcançaram, segurando-a pelo braço.

Com a mulher parcialmente imobilizada, um deles apontou uma arma de fogo, tirou as duas bolsas das mãos dela e abriu, revistando-as. Depois da abordagem, ela voltou ao supermercado para ter certeza de que os dois homens trabalhavam no local. Ainda de acordo com o boletim, testemunhas presenciaram toda a cena.

Os seguranças da rede Ricoy são terceirizados da empresa KRP Valente Zeladoria Patrimonial. Não é possível afirmar, por ora, se os funcionários desta ocorrência de abril são os mesmos suspeitos de prender, amarrar, amordaçar, chicotear e gravar toda a tortura contra um jovem de 17 anos no último fim de semana.

Chicoteado por causa de chocolate

No último fim de semana, dois seguranças do supermercado Ricoy prenderam em um cômodo um jovem de 17 anos, negro, em situação de rua. Eles lhe amarraram as mãos, ordenaram que ele tirasse a roupa e começaram a dar chicotadas nele. O jovem ainda foi amordaçado para que ninguém ouvisse nenhum grito. Eles decidiram torturar o menor por ele ter supostamente furtado barras de chocolate do local.

Nesta quarta (4), os funcionários Waldir Bispo dos Santos e Davi de Oliveira Fernandes tiveram prisão temporária solicitada pela polícia. Eles, até o momento, estão foragidos. A pena para o crime de tortura varia de 2 a 8 anos de prisão.

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