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Brasil

Em 15 dias, Amazônia já tem mais fogo que em todo outubro de 2019 e 2018

O valor, porém, também já é superior aos registrados durante o mês inteiro em 2013, 2011, 2000 e 1998 (primeiro ano de registro)

Redação Jornal de Brasília

16/10/2020 18h41

A fire burns a tract of Amazon jungle as it is cleared by a farmer in Machadinho do Oeste, Rondonia state, Brazil September 2, 2019. REUTERS/Ricardo Moraes

Phillippe Watanabe
São Paulo, SP

As queimadas de outubro na Amazônia já superam os registros de fogo do mesmo mês inteiro dos últimos dois anos.

O Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), até o dia 15 deste mês, registrou 10.834 focos de fogo na Amazônia. O valor já é cerca de 38% superior em relação a 2019 – ano que teve a mínima histórica de fogo para o mês, após atuação das Forças Armadas na floresta entre o fim de agosto e setembro. A diferença é de somente 1%, por enquanto, em relação a outubro de 2018.

O valor, porém, também já é superior aos registrados durante o mês inteiro em 2013, 2011, 2000 e 1998 (primeiro ano de registro).

A situação dá continuidade ao que foi visto em meses anteriores.

Desde junho, o número de queimadas na Amazônia têm sido pior do que o registrado em 2019, ano que ficou marcado pela repercussão internacional dos incêndios provocados por pessoas no Brasil.

Somente e agosto teve registro oficial inferior ao de 2019, porém, um problema nos satélites ocorrido no início desse mês em 2020 provocou o subdimensionamento dos focos registrados. A situação do mês em questão, portanto, foi no mínimo igual, mas provavelmente pior, segundo reportagem da Reuters.

O que chama a atenção na situação atual é que, desde maio, a Operação Verde Brasil 2 alocou esforços militares na Amazônia e, mesmo assim, o fogo aumenta e o desmatamento se mantém em níveis elevados.

Em alguns dias e ainda faltando pouco mais de dois meses para o fim do ano, o número total de queimadas no bioma em 2020 irá superar o valor registrado em todo o 2019.

Mesmo em meio a tais resultados, Hamilton Mourão, vice-presidente e chefe do Conselho da Amazônia, vem comemorando dados classificados por ele como positivos, como a redução no desmate (registrado pelo Deter, também do Inpe), nos meses de julho agosto e setembro. A diminuição, porém, ocorreu em relação a meses de recordes de destruição da floresta.

Por outro lado, Mourão já se mostrou incomodado com as notícias sobre o crescimento constante das queimadas. Recentemente, o vice-presidente chegou a falar que pessoas do Inpe estariam fazendo oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) e divulgando os dados negativos. Em seguida, afirmou que não sabia que as informações sobre queimadas eram públicas.

As informações são da FolhaPress

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