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Brasil

EaD é desafio para crianças com perda auditiva. Saiba como ajudar

De acordo com estudo do Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda, são 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil

Redação Jornal de Brasília

17/06/2020 13h10

Aulas à distância vêm sendo um grande desafio para crianças com perda auditiva já que, dependendo do tipo da atividade, esses estudantes podem ter dificuldades para compreender a fala do professor e o conteúdo.

De acordo com estudo do Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda, são 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. Destes, nove por cento nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos. Entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos.

“Imaginemos que um professor está fazendo uma conexão ao vivo e todas as crianças estão com o microfone aberto. Diferentemente do que ocorre numa sala de aula presencial, onde os alunos que usam aparelho auditivo sentam mais na frente e tem um contato direto com o professor, todos os barulho dos outros estudantes saem na mesma intensidade que a voz do educador”, aponta a fonoaudióloga Érica Bacchetti, especialista em audiologia da clínica Para Ouvir.

A especialista aponta que o primeiro passo para auxiliar essas crianças é estimular que elas façam as atividades das aulas remotas em um ambiente controlado o máximo possível, sendo silencioso, sem muitos objetos que desviem a atenção, como seria, por exemplo, em uma sala de brinquedos. 

Além disso, o ideal é verificar se o aparelho auditivo da criança tem a funcionalidade que permite que ele seja sincronizado, via Bluetooth, ao dispositivo eletrônico que utilizado para as aulas online, como a uma televisão ou computador “Assim, o som da aula sai diretamente no ouvido do estudante, numa transmissão direta, semelhante a um fone de ouvido”, destaca a fonoaudióloga.

Ao professor

Antes de mais nada, é importante alertar o professor e a escola da situação. É preciso fazer uma parceria e trabalhar para integrar o aluno. “Tem que se falar que do outro lado tem uma criança, que tem dificuldade de comunicação e deficiência auditiva. Precisa se dizer que ela necessitará de um estímulo melhor para poder absorver o conteúdo ensinado. Deve-se entender suas particularidades e especificidades”, alerta Erica.

Segundo a especialista, a compreensão do professor e dos colegas são fatores que ajudam na adaptação e no bom aproveitamento das aulas online pelas crianças com perda auditiva. Por isso, os pais devem explicar para a direção da escola quais são as necessidades auditivas do filho durante as aulas online. Apesar de não haver obrigação legal por parte das instituições de ensino em adaptar os conteúdos digitais a essa parcela da população, é necessário ter bom senso, diálogo e consciência.

Como ajudar?

  • É interessante que os alunos desliguem os seus microfones durante as explicações do professor. Peça para ele que oriente os alunos a falarem um de cada vez;
  • Para facilitar a compreensão da criança com perda auditiva, prepare-o para a aula. Para isso, peça à escola que envie previamente o conteúdo que será ministrado;
  • Se for possível, acompanhe as aulas junto com o seu filho;
  • Dependendo da plataforma que será utilizada pelo professor, também é possível colocar uma legenda automática do que está sendo falado, em tempo real.

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